Incongruências na casa branca

IMAGEM DE «GENOCÍDIO BRANCO» EM DIVERGÊNCIA NA CASA BRANCA

O presidente dos Estados Unidos da América, Donald Tramp apresentou uma captura de tela de um vídeo da Reuters feito na República Democrática do Congo, como suposta prova de assassinatos em massa de sul-africanos brancos.

O presidente sul africano, Cyril Ramaphosa, visitou Washington esta semana para aproximar os laços com os Estados Unidos, depois das persistentes críticas de Trump nos últimos meses sobre as leis de terras da África do Sul, a política externa e os supostos maus tratos cometidos à minoria branca.

Trump interrompeu a reunião televisionada para reproduzir um vídeo que, segundo o presidente dos EUA, mostrava evidências de “genocídio de fazendeiros brancos” na África do Sul.

Trump, usou desta imagem como fundamento da sua acusação à África do Sul de promover “genocídio branco” contra fazendeiros, em meio a uma reforma agrária que pretende corrigir a distribuição de terras no país. De acordo com o Presidente americano, tratava-se de uma publicação sobre conflitos e tensões raciais feita pela revista American Thinker.

No entanto, dados difundidos pela revista asseguram que o vídeo original, de onde a imagem foi extraída, documenta trabalhadores humanitários enquanto lidavam com corpos após confrontos entre o governo congolês e rebeldes do grupo M23, filmado pelo videojornalista da Reuters, Djaffar Al Katanty.

"Naquele dia, foi extremamente difícil para os jornalistas entrarem, tive de negociar directamente com o M23 e coordenar com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha para ter permissão para filmar", disse Al Katanty .

O videojornalista afirmou ter sido um choque, ver Trump segurar o texto com a captura de tela do seu vídeo.

"Diante de todo o mundo, o presidente Trump usou minha imagem, usou o que eu filmei na RDC para tentar convencer o presidente Ramaphosa de que em seu país, pessoas brancas estão a ser mortas por pessoas negras", lamentou.

Andrea Widburg, autora do post em questão e editora-gerente da American Thinker, agência de notícia que de acordo com Trump veiculou a publicação sobre o genocídio branco, escreveu em resposta a uma consulta da Reuters que Trump havia "identificado erroneamente a imagem".

Acrescentou também que o post que se referia ao que chamou de "governo marxista disfuncional e obcecado pela questão racial" de Ramaphosa, havia "apontado para a crescente pressão exercida sobre os sul-africanos brancos".

Por sua vez, Senso Mchunu, ministro da polícia sul-africana, afirmou que o seu país não enfrenta um genocídio branco. Para ele, as afirmações de Trump de que a maioria das vítimas de assassinatos em fazendas são brancas representa uma distorção das estatísticas.

O facto em questão levanta inquietações sobre a disseminação de desinformação por líderes mundiais. Segundo a BBC, informações falsas sobre o genocídio branco na África do Sul circulam entre grupos de direita há muitos anos, inclusivamente durante o mandato de Trump, entre 2017 e 2021.

A casa Branca não reagiu até ao momento sobre o incidente.

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Redacção Ponto de Situação

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