4 de Abril

23 ANOS DEPOIS DA CONQUISTA DA PAZ POPULARES APONTAM PROBLEMAS DE RESOLUÇÃO IMEDIATA NO PAÍS

Cidadãos na província de Luanda afirmaram esta sexta-feira, 4, não sentirem os reais benefícios dos 23 anos do calar das armas, devido ao nível de miséria e ausência de oportunidades de trabalho no país. 

Por: Angelino Katchama

Os interlocutores descrevem que o fim da guerra é um feito indiscutível que deve orgulhar a todos, mas passados 23 anos, esperavam que a realidade do país fosse melhor.

Os residentes do bairro Buraco Um, localizado no município de Talatona, classificam o 4 de Abril como “insignificante” em suas vidas, tendo em conta as dificuldades que a população encontra diariamente.

Tais Zacarias sustentou que o sofrimento é constante, mas, reconheceu que dentro de um ano, Angola será um país melhor.

Na ocasião proferiu uma mensagem de conforto para os angolanos, de modo a trabalharem arduamente e não desistirem dos seus sonhos.

Zinho Goncalves Cambondo, de 49 anos, proveniente do município de Calulu, província do Cuanza Sul, profissional de Construção Civil e trabalhador há 10 anos em uma empresa de segurança, garantiu que o 4 de Abril é um dia normal. Questionado sobre as razões que o levam apresentar esta afirmação, respondeu que se deve a situação difícil que a população enfrenta.

Segundo Zinho, a paz não ser limita ao fim da guerra e volvidos vários anos, tem ainda cidadãos que dependem de recolhas de objectos e plásticos para sobreviverem.

“Se a paz de concreto existisse, não estaríamos assim”, declarou, apontando a fome e o desemprego, como problemas que devem merecer atenção redobrada das autoridades.

 Luciano Armando considera a paz como um ganho importante para o país e garante que trouxe benefícios visíveis, por isso, considera um bem que deve ser preservado por todos.

Por outro lado, o jovem observa que apesar da paz que “temos”, a pátria carece de desenvolvimento. “Eu acho que merecemos mais, pois o que se fez até aqui, para o nosso país é pouco, dada a riqueza que possui”, lamentou.

O jovem reafirmou que a paz é uma conquista para o bem colectivo, todavia, deve ser salvaguardada.

Sobre o olhar do cidadão identificado por Júlio, que diz não sentir as mercês da paz, argumentou que ainda tem muito que ser feito, pois, a fome, pobreza e falta de estradas, são problemas observáveis  em Angola.

“Mudanças existem, mas, a paz que queremos ainda não chegou, falta bastante”, disse.

Luciano Armando defende que não basta ter hospitais, todavia, é essencial que haja medicamentos para combater as patologias, que assolam os populares.  

Armando disse  que nunca foi possível dirigir boas mensagens para os angolanos,  no dia da paz, pois “não vimos a tal… [paz neste país]”, disse.

Outros cidadãos negaram prestar declarações em volta desta temática, alegando que não conseguem perceber os principais ganhos da paz, para além do calar das armas.

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Redacção Ponto de Situação

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