Problemática acontece em vários sectores

ASSÉDIO SEXUAL RECORRENTE OBRIGA ESTUDANTE TROCAR DE UNIVERSIDADE

Uma estudante decidiu trocar de Universidade pública, para dar sequência a formação em outra instituição de ensino, depois de várias tentativas de assédio sexual por parte de um dos professores, ao ponto de denunciar ao coordenador do curso e outros responsáveis da instituição, sem êxito desejado.

Quando eram 10h30, o movimento era calmo no bairro 28 de Agosto, afecto ao município do Kilamba Kiaxi, mas, as zungueiras marcavam passos no comprimento de mais uma jornada laboral.

No referido bairro não tivemos sucesso, foi assim que a nossa equipa de reportagem, deslocou-se, a pedonal do Projeto Nova Vida, a fim de ouvir os populares concernente ao assédio sexual.

Após sete tentativa sem êxito, persistimos com a caminhada em direcção a Vila do Gamek.

Na pedonal, ouvimos uma jovem identificada por Victória Mário. Disse ter sofrido na pele, assédio sexual por parte do profissional, considerado na sociedade angolana como segundo pai.

A história começou em 2017, quando frequentava o 2º ano de Gestão e Administração Pública, na Universidade Agostinho Neto, em Luanda.

De acordo a interlocutora, o professor, que o caracteriza de simpático, tinha o contacto de todos os estudantes.

“Ele enviava-me mensagens indecente, a fazer propostas de namoro, como era de mais fiz uma carta para o Decano da Universidade, mas, não teve êxito. Eu preferi abandonar a Universidade”, contou Victória Mário, que chegou de denunciar ao decano e outros membros da direcção, nem com isso, resultou.

No sentido de prosseguir com a formação, decidiu trocar a universidade pública para privada, por ter princípios a defender e acredita se continuasse, teria dificuldades para transitar nas disciplinas que o “mestre” lecionava.  

O profissional, segundo a fonte, gabava-se diante dos estudantes, que o seu dinheiro não dependia totalmente da universidade, por isso, não tinha nada a perder.

A estudante de saúde, Aliana Mário explica que o assédio já se estendeu, até na Igreja. Ao seu ver são coisas que se constatava nas escolas e no trabalho, porém, por falta de dignidade de algumas mulheres, é frequente acontecer até nas instituições religiosas, espaço que “ encarado como a reserva moral da sociedade”.

Aliana, garante que normalmente as pessoas tendem a olhar para o assédio, observando as mulheres como principais vítimas. A mesma afirma que existe assediadoras em todos os sectores, porque pretendem ascender sem seguir o processo.

“Eu entendo que é uma questão de consciência, não há razão para tal”, declarou.

 

 

A estudante de cardiologia, alerta as mulheres para não optarem pelo assédio sexual, e aconselha a terem conduta baseada na passagem bíblica de Eclesiástico capítulo 3: “Tudo tem o seu tempo”.

“Quem tudo quer tudo perde, e o valor da mulher vai muito além”, disse e exorta a necessidade de se manter uma postura digna na sociedade, desde o comportamento, a forma de se vestir e a capacidade observação dos limites.

A jovem assegurou que quanto mais as mulheres se preservam mais valor terão.

A jovem da província de Benguela, residente em Luanda, há mais de cinco anos, assevera que a roupa também desperta o interesse do abusador.

As entrevistadas defendem que o assédio no trabalho entre funcionário e patrão, vice-versa,  é uma atitude repugnante a todos níveis.

A jovem Aliana considera que muitos patrões ou patroas, fazem aproveitam-se a posição, para “mandarem em tudo, inclusive no corpo das pessoas”, isto por saberem que as funcionaria ou funcionários não têm outra opção, e caso neguem, correm o risco de serem expulsos da empresa.

Infelizmente há funcionárias que assediam os patrões, a fim de ter uma função de destaque”, atitude que Victória considera negativa.

Eliana Cardoso, questionada se já sofreu assédio, com risos afirmou que sim, desde cedo, com realce na Igreja e agradece a mãe, que sempre esteve aberta para instruí-la do caminho correcto a seguir, por isso, preserva os princípios adquiridos e jamais cedeu.

Victória assevera que uma das melhores formas de evitar o assédio em qualquer lugar, principalmente na igreja e no trabalho, é apresentar-se de forma decente, e manter limites em tudo a ser feito.

Segundo a estudante, quando a pessoa veste decentemente, menos são as probabilidades de ser assediada, todavia, aconselha as senhoras a pautarem por uma conduta fidedigna, e não se renderem, aos chamados de pastores, e professores com atitudes “diabólicas”.

“Não é fácil evitar o assédio, mas, é possível evitar sim, eu garanto”, certificou, por ser uma prova desta problemática.

Mário Marivaldo, dada as consequências da mesma sobretudo para as vítimas, disse que podem necessitar de acompanhamento psicológico, por eventualmente adquirem depressão ou outra patologia do fórum psicológico.

Como solução, a educação e dizer sempre não ao assédio, é o ponto de partida para se pôr fim ao dilema.  

 

Redacção Ponto de Situação

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