30 mil kwanzas

HÁ UM PREÇO PARA O SER HUMANO?

O Ponto de Situação trouxe ao caro leitor a opinião de alguns entrevistados sobre uma matéria publicada por este portal na segunda-feira,  19 de Maio, acerca de uma mãe que colocou um preço para vender o próprio filho de 2 anos.

Acusada de tráfico de pessoas, a cidadã foi detida pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), no bairro Zâmbia, comuna do Cunje, na província do Bié.

Dona Maria, anciã e vendedora ambulante, disse que isso não se faz e que teria sido melhor se ela entregasse a criança ao pai

‘‘Se não estava a conseguir sustentar que entregasse ao pai da criança. Agora, vender um filho, depois de ter aguentado 9 meses e mais 2 anos, fez filho com que objectivo?’’,  disse, revoltada, a anciã.

Engrácia, que estava com um bebé ao colo de aparentemente 1 ano e comercializava bananas, disse que a mulher tem de trabalhar, e não esperar apenas do homem.

‘‘Minha irmã, estas horas estou aqui a vender com o meu bebé ao colo, o fiscal quando vem também fica com pena de mim, e muitas vezes ainda me ajuda a colocar a banheira de banana na cabeça, e mesmo assim eu não desisto porque tenho filho para sustentar. Se calhar é já hábito dela fazer isso, pois nenhuma mulher vende o seu filho porque o pai não dá sustento, não se justifica’’, comentou Engrácia.

A vendedora de bananas finalizou dizendo que a acusada deve passar algum tempo na cadeia, para que mude de comportamento.

Para Mauro Daniel Maurício, que estava de passagem com o filho, a atitude da jovem foi má, demonstrando falta de maturidade e comodismo, pois, segundo ele, muitas mulheres acham que só o homem é que deve sustentar os filhos.

Maurício, é de opinião que os dois devem unir-se e trabalhar para darem aos filhos o que eles necessitam, e caso o pai não queira cumprir o seu papel, há instituições próprias que resolvem estes casos.

‘‘Se calhar é uma prática constante da jovem, ou então tem algum problema mental, porque a falta de sustento por parte do pai não é motivo para uma mãe vender um filho. É mais fácil dizer que um pai vendeu o filho, mas uma mãe que guardou por 9 meses, é muito triste’’, falou surpreendido.

Eussane Dos Santos, disse que ela agiu mal. Para a entrevistada, ainda que o marido não estivesse  a prestar assistência, ‘‘ela é mulher, podia muito bem se virar e dar sustento ao filho’’.

Quando foi informada que não é a primeira vez que a senhora vende um filho, ela acrescentou:  

‘‘Então ela faz disto um negócio, porque não é normal eu continuar nascendo sabendo que o meu parceiro não vai assumir, e caso isso aconteça eu vou à luta, porque afinal tenho mãos para trabalhar’’, acresceu.

Recorda-se que, de acordo com o Serviço de Investigação Criminal, a cidadã de 29 anos confessou ter vendido o primeiro filho, desaparecido há 4 anos, após levá-lo para a província de Luanda. Segundo declarações da própria, a criança foi entregue a uma mulher desconhecida em troca de 25 mil kwanzas, sem que demonstrasse qualquer arrependimento.

Desta vez, é acusada de tentar vender o filho de 2 anos, no valor de 30 mil kwanzas.

Leia também: MÃE TENTA VENDER FILHO DE 2 ANOS POR 30 MIL KWANZAS

 

 

 

Redacção Ponto de Situação

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