Opinião

...E SE NÃO EXISTÍSSEMOS...?

É esta questão que vai nortear a minha reflexão no presente texto, na esperança de um dia termos um contexto diferente do que vou espelhar nos próximos parágrafos, pese embora estou consciente de que não será tarefa fácil e em muitos casos, uns continuarão alimentar o sentimento inverso da “pomba branca”, como uma pessoa próxima algum tempo disse-me!

Parece que se tornou uma canção ouvir a nível mundial, a virga-férrea contra os profissionais da profissão que decidem abraçar há anos, mas não significa que devemos cruzar os braços com uma folha enrolada, com fumo no ar e assistir impavidamente a dança do estilo da minoria.

Muitos olham para a nossa serventia, somente quando produzimos o que nos interessa, ou pelo contrário, já podemos imaginar o que acontece: em alguns casos somos vistos como indivíduos que nem devem existir. Uma frase que para certas pessoas pode ser duradoura, mas é a realidade.  

Infelizmente em vários pontos a nível internacional, uns almejam que sejam apenas meros reprodutores de discursos ou de assuntos que nos interessam. Desta forma seria vã a nossa existência, porque deixaríamos de difundir factos no verdadeiro sentido.

“Heeee, estão aqui de novo!”, é desta forma como algumas reagem quando observam a nossa presença, mas lá no fundo estão cientes da nossa relevância, porque quando almejam que divulguemos informações que os interessam, batem a porta de uma forma “amigável” e depois quando já é um dado que os compromete “fecham-nos a porta com cadeado e reforçar a vigilância”, enquanto observam lá do alto com um assobio, um copo de lado e talvez, com sorriso estampando no rosto.

Fique claro: estaremos sempre onde há fatos, por isso, existimos!

Os relatos de brutalidade contra a classe prosseguem. Até quando, se estivermos aqui somente para cumprirmos a nossa missão, contribuir para o desenvolvimento das sociedades.

 Lembro-me perfeitamente, quando estava sentado na Redacção, a observar o texto produzido por um dos colegas e ouvir o telefone a tocar : “África, aqui está o meu cordão umbilical…” (era a melodia que se ouvia no meu pequeno aparelho, um poema de minha autoria). Atendi imediatamente e logo, ouvi a voz do meu colega de profissão, com quem parte da mesma residência laboral.

Pela voz fiquei preocupado. A seguir, conte-me da interferência ao seu trabalho, ao ponto de eliminar todos os arquivos e reiniciar o aparelho. “É katuta”, conforme cantou o mais velho Bell do Samba.

Naquele momento, a melancolia pairava nos corações da equipe, o som dos teclados não se ouvia e o chefe de redacção, haaaaaaa, estava visivelmente cabisbaixo. Mexia no celular várias vezes, favas não faltaram, informou imediatamente ao Diretor e sabes, por alguns minutos a nosso responsável pela área administrativa ficou em pé, lamentando o episódio. Pronto…!

Pensei imediatamente nos demais companheiros que passaram por situações do gênero em nível internacional. Cogitei nas várias enfrentadas, meditei nos riscos que corremos, refletimos no passado, presente e idealizei o nosso futuro num planeta onde muitos amam o nosso trabalho, mas outros…hummmmm,…, pois, estes, almejam que sigamos os seus passos, que trilhemos o mesmo caminho, que cantemos a mesma canção e dancemos ao mesmo ritmo…! “Um assobio que não é meu”.

A reflexão profunda e nossa visão no dia mundial da liberdade de imprensa: 3 de maio.

Por ocasião da data, o líder da Organização das Nações Unidas, António Guterres, trouxe no seu discurso, um dado que deve merecer reflexão profunda da sociedade: os jornalistas no exercício da profissão continuam a ser alvos de ataques, detenções, censura, intimidação, violência e assassinatos inclusivos.

A esta opinião, trago um outro detalhe: muitos dos seus autores, continuam impunes.

Com base nesta linha de pensamento, trago a seguinte questão:

Lanço esta questão: e se não existíssemos que a sociedade tivesse?

Não precisamos dar muita volta, pois, o caro leitor, de certeza que já encontrou uma resposta.

Contudo, resta dizer: somos firmes, fortes e de certeza temos trago felicidades em várias famílias. Juntos faremos história!

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Redacção Ponto de Situação

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