
ATENTADO À SAÚDE PÚBLICA
EM CACUACO COMERCIANTES VENDEM ALIMENTOS PERTO DE AMONTOADOS DE LIXO
- por Redacção --
- Sunday, 09 Feb, 2025
Homens e mulheres, vendem alimentos diversos ao lado de amontoados de lixo e a escassos metros de uma lagoa com cheiro nauseabundo, na rua principal do bairro Cerâmica, no município de Cacuaco, facto que a Nutricionista Rifate Panbulawo considera de atentado à saúde pública.
Por: Angelino Katchama
A rua principal do bairro Cerâmica, é um espaço onde semanalmente os moradores, marcam presença em massa, para comercializar e comprar alimentos da cesta básica e outros, num ambiente com higiene precária.
Na radiografia feita pela reportagem do Ponto de Situação, foi possível observar perto de uma lagoa, populares a venderem arroz, óleo vegetal, massa alimentar, fuba de milho e de "bombom", sal
grosso, cebola, tomate, pimento, frango, carne, peixes e verduras.
Neste pequeno mercado a céu aberto, há senhoras com crianças menores ao colo, num cenário rodeado de moscas e mosquitos, sob pena de contraírem doenças.
Para além dos adultos, as crianças também são orientadas pelos pais, para a feitura de compras.
Os comerciantes justificam a opção, por ser um local de fácil acesso dos clientes e colocam a saúde em segundo plano.
"Sei que não é bom vender próximo do lixo e lagoa, com péssimas condições de higiene, mas aqui tem muitos clientes", admitiu uma das vendedoras, que promete continuar para garantir o sustento da família.
Maria Pinto Segunda, de 48 anos, moradora do bairro Retranca, diz que a falta de higiene é visível em vários mercados de Cacuaco, principalmente na rua principal do bairro Cerâmica, onde o "cheio horrível", com moscas ao redor que pousam nos alimentos, é uma das notas negativas que observa.
"Os clientes não reclamam, simplesmente compram", certificou.
Segundo a Nutricionista Rifate Panbulawo, o que se observa neste mercado, é um grande atentado à saúde pública e recorda que os alimentos devem merecer cuidados redobrados, sob pena das pessoas adquirirem patologias.
"Estamos sempre a comprar doenças, aliás, nós sabemos que a comida está nos olhos da morte, mais ainda sim, queremos comprar.É uma questão de consciência ", disse.
Entretanto, a especialista aponta a ausência de fiscalização por parte dos órgãos competentes nos mercados informais, como uma das principais causas da comercialização dos produtos sem que sejam previstas as condições necessárias de higiene.
Numa altura em que a cólera, continua a causar mortes no país, a Nutricionista apela as autoridades a reverem com brevidade esta situação e os vendedores a pautarem pela venda em locais apropriados, onde a higiene esteja em primeiro lugar.
Redacção Ponto de Situação