ATENTADO À SAÚDE PÚBLICA

EM CACUACO COMERCIANTES VENDEM ALIMENTOS PERTO DE AMONTOADOS DE LIXO

Homens e mulheres, vendem alimentos diversos ao lado de amontoados  de lixo e a escassos metros de uma lagoa com cheiro nauseabundo, na rua principal  do bairro Cerâmica, no município de  Cacuaco, facto que a  Nutricionista Rifate Panbulawo considera de  atentado à saúde pública.

Por: Angelino Katchama

A rua principal do bairro Cerâmica, é um espaço onde semanalmente os moradores, marcam presença em massa, para comercializar  e comprar alimentos  da cesta básica e outros, num ambiente com higiene precária.

Na radiografia feita pela reportagem do Ponto de Situação, foi possível observar  perto de uma lagoa, populares a  venderem arroz,  óleo vegetal,  massa alimentar,  fuba de milho e de "bombom", sal 
grosso, cebola, tomate, pimento,  frango, carne,  peixes e verduras.

Neste pequeno mercado a céu aberto, há senhoras com crianças menores ao colo, num cenário rodeado de moscas e mosquitos, sob pena de contraírem doenças.

Para além dos adultos, as crianças também são orientadas pelos pais, para a feitura de compras.

Os comerciantes justificam a opção, por ser um local de fácil acesso  dos clientes e colocam a saúde em segundo plano.

"Sei que não é bom vender próximo do lixo e lagoa, com péssimas condições  de higiene,  mas aqui tem muitos clientes", admitiu uma das vendedoras, que promete continuar para  garantir o sustento da família.

Maria Pinto Segunda, de 48 anos, moradora do bairro Retranca,  diz que a falta de  higiene é visível em vários mercados de Cacuaco, principalmente na rua principal do bairro  Cerâmica, onde o "cheio horrível", com moscas ao redor que pousam nos alimentos, é uma das notas negativas que observa.

"Os clientes  não reclamam,  simplesmente  compram", certificou.

Segundo a Nutricionista  Rifate Panbulawo, o que se observa neste mercado, é um grande atentado à saúde pública e recorda que os alimentos devem merecer cuidados  redobrados, sob pena das pessoas adquirirem patologias.

"Estamos sempre a comprar doenças, aliás,  nós  sabemos que a comida está  nos olhos da morte,  mais ainda sim,  queremos comprar.É uma questão  de consciência ", disse.

Entretanto,  a especialista  aponta a ausência de fiscalização por parte dos órgãos competentes nos  mercados informais,  como uma das  principais causas da comercialização dos produtos sem que sejam previstas as condições necessárias de higiene.

Numa altura em que a cólera, continua a causar mortes no país, a Nutricionista apela  as autoridades a  reverem com brevidade esta situação e os vendedores a pautarem pela venda em locais apropriados, onde a higiene esteja em primeiro lugar.

Redacção Ponto de Situação

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