FAMILIARES DE PACIENTES INTERNADOS CONTINUAM A DORMIR AO RELENTO

A pesar das consequências que podem advir, os familiares dos pacientes internados no Hospital Geral de Luanda, continuam a pernoitar nos arredores desta unidade hospitalar.

Numa ronda efectuada esta semana, foi possível observar vários cidadãos, que permanecem ao relento, enquanto os seus parentes encontram-se sob os cuidados médicos.

No local onde dormem, não tem iluminação pública, as necessidades diversas são feitas na via pública, um cenário considerado como deplorável e de vulnerabilidade.

Pelo que apuramos, há populares que já perderam os seus meios, pois, chegam relatos de indivíduos que se fazem passar de familiares de pacientes, para cometerem furtos.

Esse fenómeno que ocorre há anos neste hospital, é justificado pelos entrevistados, de não terem outra opção, porque a pesar de serem orientados para regressarem a casa, acham que a qualquer momento os médicos poderão necessitar da presença de um parente, por isso, preferem permanecer nos arredores.

O Portal Ponto de Situação constatou de perto, esta situação, em que várias  pessoas se veem obrigadas a improvisarem um local para descansar.  Alguns estendem luandos, papelões e panos para aproveitarem descansar. Tem pessoas, que passam a noite no interior das viaturas.

 Dentre os populares, foi possível identificarmos pais, filhos e outros componentes da família, que chegam a enfrentar muitas vezes frio, chuva e a falta de segurança.

Perante este cenário, procuramos ouvir vários cidadãos, mas, muitos negaram-se a prestar declarações.

Senhora Paula Caxito, de 51 anos,  tem a filha internada há 2 semanas, afirma que  dorme fora do hospital,  para atender as necessidades básicas da filha, como por exemplo alimentação ou para comprar medicamentos que os médicos podem necessitar.

Há quem justifica, a possibilidade de haver urgência para doação de sangue, por isso, preferem manter-se no espaço.

Ouvimos também Joaquim Matondo, que tem a esposa internada,  por causa de um parto complicado. O mesmo narrou  que em caso de emergência,  os médicos, solicitam a presença dos familiares,  por isso,  opta em permanecer, contra todos os riscos possíveis.

“Imagina se eu estiver em casa e as coisas se complicarem!”, exclamou.

Ao longo da reportagem, foi possível observar a existência de pessoas  que aparecem nos arredores do hospital, para prestar solidariedade as famílias, particularmente com sopa.

No exterior do Hospital Geral de Luanda, há também, quem aproveita a oportunidade para ganhar dinheiro, vendendo produtos diversos.