Prevenir é melhor que remediar

DIA MUNDIAL DO COMBATE A TUBERCULOSE (TB)

Assinala-se esta segunda-feira,  24 de Março, o dia mundial do combate à Tuberculose, efeméride instituída  em 1982, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em homenagem aos 100 anos da descoberta da bactéria que causa a doença, pelo médico Robert Koch, em 1882.

A tuberculose é uma doença infectocontagiosa que afeta principalmente os pulmões, mas também pode acometer órgãos como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). Com a descoberta de Koch, abriu-se caminho para o diagnóstico e cura da (TB).

O objectivo deste dia é sensibilizar o mundo para as devastadoras consequências em matéria de saúde pública, sociais e económicas da tuberculose, e intensificar esforços no sentido de acabar com a epidemia global de TB.

Todos os anos é dado um tema, e para 2025 é «Sim! Podemos Acabar com a Tuberculose: Compromisso, Investimento, Resultados». Este é um apelo ambicioso à esperança, à urgência e à responsabilidade. 

 A tuberculose (TB) afecta milhões de pessoas, causando um impacto devastador nas comunidades. Apesar de ser preventiva e curável, continua a ser das doenças infecciosas mais mortais do mundo.

Angola, está entre os países com maior número de casos de tuberculose por ano. Em 2021 registou 351 casos por 100.000 habitantes. A tuberculose continua sendo a terceira principal causa de morte entre pessoas de 15 a 49 anos no país.

Fases da tuberculose

A tuberculose primária é a forma mais comum, após a infecção pelo bacilo. Resulta numa pequena área de pneumonite (ocupando geralmente o terço médio do pulmão) e por uma adenomegalia hilar e/ou mediastínica homolateral - complexo primário. 

Após esta fase inicial, o sistema imunológico ou imunitário (sistema de defesa do organismo), geralmente, evita que a doença se propague, mas pode abrigar as micobactérias que causam tuberculose. Por este motivo, faz-se uma distinção entre dois tipos de tuberculose.

Tuberculose latente - situação em que existe uma infecção por tuberculose, mas as bactérias permanecem no corpo num estado inativo e não causam sintomas. A mesma não é contagiosa. 

Também chamada de tuberculose inativa ou tuberculose infeção. Ela pode transformar-se em tuberculose activa, daí que o tratamento adequado e atempado seja muito importante, não só para dominar a tuberculose latente na pessoa afectada, mas também para ajudar a controlar a propagação a outros indivíduos.

Tuberculose activa, nesta situação, a doença pode contagiar outros indivíduos. Esta reativação ou tuberculose secundária pode ocorrer nas primeiras semanas após a infecção ou pode ocorrer anos mais tarde. Não podemos falar em período de incubação da tuberculose, mas o processo de transformação e de infecção em doença pode demorar anos ou inclusive nunca ocorrer.

O risco de adquirir a tuberculose é maior em pessoas com idade muito jovem ou muito avançada (idosos). Apesar do risco ser semelhante nos homens e nas mulheres, os homens possuem uma maior incidência devido aos fatores de risco serem mais predominantes no sexo masculino. Nomeadamente a infecção pelo HIV, alcoolismo, tabagismo, toxicodependência.

Sintomas da tuberculose

Tosse com duração de três ou mais semanas, expectoração com sangue, dor no peito ou dor com respiração ou tosse, vulgarmente definida como “pontada” e “dor nas costas”, perda involuntária de peso, fadiga (cansaço), febre, embora o doente com tuberculose nem sempre tenha febre associada, suor noturno (transpiração durante a noite), arrepios, perda de apetite, rouquidão ou dor de garganta (tuberculose laríngea).

No começo da doença, podemos identificar alguns sintomas iniciais: febre (temperatura corporal elevada), perda de peso inexplicada, suores noturnos ou tosse persistente, que podem variar de acordo com vários fatores. No entanto, estes sinais e sintomas podem resultar de outras doenças pulmonares, ou que afetem até outros órgãos. Perante estes primeiros sintomas deve procurar o médico pneumologista (especialista em pneumologia) com urgência.

Segundo estimativas da OMS, um terço da população mundial está infectada pelo Mycobacterium tuberculosis e está em risco de desenvolver a doença. Há cerca de 8,8 milhões de doentes e 1,1 milhões de mortes por ano no mundo.

Cada paciente com tuberculose pulmonar que não se trata, pode infectar em média 10 a 15 pessoas por ano. Alguns fatores contribuem para a disseminação da doença, tais como a pobreza e má distribuição de renda, o VIH, a desnutrição, as más condições sanitárias e a alta densidade populacional.

Alguns pacientes, entretanto, não exibem nenhum indício da doença, enquanto outros apresentam sintomas aparentemente simples, que não são percebidos durante alguns meses. Pode ser confundida com uma gripe, por exemplo, e evoluir durante 3 a 4 meses sem que a pessoa infectada saiba, ao mesmo tempo em que transmite a doença para outras pessoas. 

A transmissão da tuberculose é direta, de pessoa a pessoa. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotículas de saliva que podem ser aspiradas por outro indivíduo.

Prevenção e tratamento

A vacina BCG é obrigatória para menores de um ano, pois protege as crianças contra as formas mais graves da doença. A melhor forma de prevenir a transmissão da doença é fazer o diagnóstico precoce e iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível. 

Quinze dias após o início do tratamento, a pessoa já não transmite mais a doença. O tratamento deve ser feito por um período mínimo de 6 meses, diariamente e sem nenhuma interrupção. O tratamento só termina quando o médico confirmar a cura total do paciente.

Além de evitar a exposição à bactéria (bacilo) que causa a tuberculose, é importante avaliar outros fatores sociais que podem ter relação com a doença, como a pobreza e a exclusão social. 

A tuberculose é uma doença que pode afectar mais comunidades que vivem em condições de vulnerabilidade, como as pessoas privadas de liberdade, pessoas que vivem com HIV e pessoas em situação de rua.

Leia também: PRIMEIRA MULHER NEGRA REPUBLICANA MORRE VÍTIMA DE CANCER NO CÉREBRO

Redacção Ponto de Situação

comentário como:

comentário (0)