Deixado para trás

CASO INSÓLITO: MÃE ABANDONA RECÉM-NASCIDO NO CONTENTOR DE LIXO

Um recém-nascido foi encontrado pelos moradores em um contentor de lixo, na manhã desta terça-feira, 20, no bairro da Cidade Baixa, em Luanda.

Por: Angelino Katchama

Eram 4h00 da manhã, quando o choro do bebé despertou a rua da Madar, situado no município dos Mulenvos.

Nas primeiras horas do dia, ao sabor do frio, o jovem Nilton, de 28 anos, ladrilhador de profissão e morador da zona há 10 anos, contou que ouviu o choro de um bebé, mas não sabia de onde vinha.

Nilton relatou que, ao se aproximar da zona da Madar, viu os vizinhos reunidos em volta de um contentor de lixo, o que despertou sua atenção diante dos choros que havia escutado horas antes.

O bebé chorava muito e ninguém queria pegá-lo, mas uma senhora que reside na zona o retirou do contentor e o amamentou. Ele parou de chorar, minutos depois adormeceu no colo da mesma”, disse o interlocutor,  identificado na vizinhança por Mestre.

A famosa rua da Madar, ficou movimentada em pouco tempo. Entanto, o recém-nascido, gemia de frio e estava sem roupa.

Segundo outra fonte, que preferiu não se identificar, há suspeitas de que a autora seja sua amiga, que estava grávida e não foi assumida pelo namorado, sob a alegação de que ela se relacionava com vários homens.

Questionada sobre a localização da sua amiga, cujo nome não foi revelado, negou, minutos depois disse:

 “Eu não sei onde ela anda, há um mês que não a vejo no bairro da cidade-baixa, e antes disso, ela já tinha nove meses e dizia que não queria criar o filho por falta de condições”, contou a jovem.

O Ponto de Situação evidenciou esforços para ouvir alguns moradores da circunscrição em causa, mas, sem êxito. Informações prestadas por uma fonte dão conta de que o menor, foi levado por uma estudante para prestar os  primeiros socorros.

Até aqui, é desconhecido o real paradeiro do recém-nascido.

Mariquinha João, moradora da zona há 15 anos, disse que é lamentável uma mulher abandonar seu próprio filho e que tal atitude não se justifica.

Segundo Mariquinha, a situação social está péssima em Angola. Todavia, não é motivo para mulheres abandonarem os filhos.

Eu estou a criar os meus filhos sem apoio e tenho netos em casa, mas nunca aconselhei ninguém abortar, muito menos deitar bebés. É  uma atitude negativa”, reprovou ela.

A professora de psicologia clínica, com 10 anos de experiência, destacou os motivos que levam a esse comportamento reprovável diante da sociedade que se encontra doente.

A professora começou por destacar a importância de os pais realizarem consultas de rotina no âmbito psicológico com os filhos, a fim de acompanhar a sua saúde mental. Ela garante que comer bem não é suficiente; é essencial estar bem do ponto de vista mental.

 “Os jovens deste tempo gostam de treinar o físico, para ter boas nádegas, esquecem de treinar a mente para planificar melhor. Aconselho os jovens e adolescentes a consultarem o psicólogo, principalmente para aqueles que trabalham com a escrita, e esforçam bastante mente, será um bom desafio, e lembrou que a fadiga mental é mais perigosa do que a física” referiu a especialista.

Como evitar abandono de recém-nascidos em Angola?

A especialista em psicologia clínica assegura que, para reduzir o elevado índice  de abandono de menores é essencial que o diálogo nas famílias seja permanente, e que os filhos cresçam na base da edução e disciplina.

“Muitos formados e poucos disciplinados, por isso,  é que os menores são postos nas lixeiras ou entregues à sua sorte. Desta forma,  a sociedade não vai a lado nenhum”, lamentou a especialista.

"É importante disciplinar para que o seu filho não te aniquile, e é essencial educá-lo para que ele não seja enganado. Quem não investe na educação, engana-se", finalizou.

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Redacção Ponto de Situação

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