
LUANDA-ANGOLA
ENFERMEIRO ALERTA PARA RISCOS DE DOENÇAS CAUSADAS PELO CONTACTO COM O LIXO
O enfermeiro David André Diogo apontou as principais doenças que os cidadãos podem contrair através do contacto com o lixo, numa altura em que se multiplicam os relatos sobre jovens que recorrem a contentores para recolher alimentos, ferros e plásticos como forma de sobrevivência.
Em resposta a uma matéria publicada recentemente pelo Portal Ponto de Situação, que deu voz a jovens do município de Cacuaco enfrentando sérias dificuldades, o profissional de saúde explicou os perigos dessa prática. Os entrevistados relataram que recolhem restos de comida e materiais diversos em contentores, para depois venderem nas chamadas "casas de peso", obtendo assim algum rendimento diário.
Segundo David Diogo, além da cólera, uma das doenças mais comuns associadas ao lixo é a febre tifóide, conhecida como a “patologia das mãos sujas”, contraída pela ingestão de água ou alimentos contaminados. O profissional alerta ainda para o risco de doenças diarreicas agudas (DDA), também provocadas por contacto com resíduos e ambientes insalubres.
O também presidente da Associação dos Técnicos de Saúde do bairro Catinton mostra-se preocupado com a exposição contínua desses jovens ao lixo, situação que pode levar a graves problemas de saúde.
“Não adianta passar o dia no contentor e depois pagar um preço alto com uma doença, onde se gasta muito dinheiro e, às vezes, nem se consegue a cura, devido ao tempo prolongado de exposição”, advertiu.
David Diogo exortou o Governo a procurar soluções urgentes para evitar que famílias continuem a consumir alimentos recolhidos do lixo, o que considera “preocupante e vergonhoso” para o país.
Um dos cidadãos ouvidos pelo Ponto de Situação, residente em Cacuaco e pai de dois filhos, revelou que há dois anos sobrevive recolhendo ferros e plásticos. Os materiais são vendidos em “casas de peso”, o que lhe rende entre 700 e 1.500 kwanzas por dia. Na mesma entrevista, confessou que, por vezes, também leva restos de alimentos encontrados no lixo para alimentar os filhos.
O também presidente da Associação dos Técnicos de Saúde do bairro Catinton, enumerou as doenças diarreicas agudas (DDA), que eventualmente os jovens em questão podem adquirir.
Preocupado, espera por parte dos cidadãos que têm os contentores como meio de sobrevivência, a procurarem outras formas para sustentar a família ou satisfação das necessidades, sem que estejam regularmente expostos ao lixo, cujas consequências podem ser maiores, pese embora reconheça as dificuldades que muitos enfrentam.
“Não adianta passar o dia no contentor e depois pagar um preço alto, com uma doença, onde vai gastar muito dinheiro e as vezes não conseguir a cura pelo tempo que ficou exposto ao lixo”, declarou.
Ao governo exortou no sentido de procurar soluções urgente, para evitar que haja famílias a comerem alimentos retirados dos contentores, o que caracteriza de preocupante e vergonhoso para o país.
Um dos cidadãos, residente no município de Cacuaco, que prestou declarações ao Ponto de Situação, disse ser pai de dois filhos.
Há dois anos que a fonte recolhe ferros e plásticos, que os leva as “casas de peso”, onde diariamente pode conseguir entre 700 a 1500 kwanzas, para que consiga sustentar a família. Na entrevista, confessou que tem recolhido restos de alimentos, que leva em casa para os petizes.
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Redacção Ponto de Situação