EM ANGOLA

 FAMÍLIAS COM METADE DA CULPA DA FUGA À PATERNIDADE

Populares em Luanda preocupados com o número de filhos que crescem sem a figura paterna e acreditam que a pobreza extrema, a infidelidade conjugal e a influência das famílias que rejeitam com que seus parentes mantenham relação com alguém de baixo poder financeiro, tem influenciado no aumento desta problemática.

Por: Angelino Katchama

A fuga a paternidade continua a ser uma dor de cabeça no seio de várias famílias angolanas.

Destes casos, chegam relatos de adolescentes abandonadas com crianças, cujos pais, negam-se assumir, por razões diversas.

Os interlocutores ouvidos no bairro dos Candeiros, localizado no município de Viana, garantem que neste ponto de Luanda, há distintas adolescentes entre os 15 a 17 anos, deixadas a sua sorte com os menores.

Segundo o entrevistado Cardoso, uma das possíveis causas está relacionada a falta de emprego por parte dos homens que têm esta postura.

“Eu entendo que se, nós jovens termos trabalho e salários justos, ninguém vai abandonar seu filho", avançou, a pesar de reconhecer ser um erro de quem toma tal atitude.

Um outro cidadão, identificado por Michel, disse que muitos homens que fogem as suas responsabilidades, em certas situações deve-se ao facto de existir mulheres com postura não digna, ou seja, ao longo do percurso estes descobrem que suas companheiras têm mais de um parceiro.  

De acordo ao interlocutor, depois deste souber que a mesma encontra-se concebida, na incerteza de quem realmente é o verdadeiro pai, opta em distanciar-se.

A fonte reforça, que o mau comportamento do casal, a repercussão maior é para os filhos, que não são os culpados dos erros dos progenitores.

Outrossim, apela aos homens, adoptarem uma postura digna de um pai, para que se evite observarmos problemas desta natureza, com consequências graves para os menores, quer seja a nível social, psicológico e académico.

Jó, como é conhecido na zona do Kapalanca, lamentou o que tem observado e ouvido sobre esta problemática. Na sua opinião, o comportamento de integrantes de algumas famílias, tem contribuído nesta questão.

Na sua opinião, o imediatismo actualmente por conta da pobreza, tem levado alguns pais a influenciar as filhas a juntarem-se com homens que estejam financeiramente bem.

Jó, conta que existe pais de raparigas, quando descobrem que a filha se encontra concebida e acham que o “autor da gravidez não tem condições financeiras”, são os primeiros a rejeitarem aqueles que seriam os futuros genros.

O mesmo acredita que o inverso também acontece, de pais do jovem, que se recusam que o filho se una com mulheres que supostamente não são do seu nível.

Os entrevistados, olham para outra possível causa, a existência de homens que já tenham suas parceiras formalmente constituídas, mas, optam em ter relações ocasionais e no final das contas, quando descobrem que a pessoa com quem namoram está grávida, fogem de suas responsabilidades, sem a possibilidade em alguns casos, de serem encontrados, porque muitas, nem se quer conhecem a residência do mesmo, bem como, os familiares ou nome completo.

O Educador Social, Luís de Carvalho defende,  que enquanto a pobreza extrema continuar no país será difícil reduzir os casos de fuga à paternidade.

" O filho depois de nascer, sem o acompanhamento do pai, pode ser um filho desqualificado, analfabeto e ladrão, porque quando o pai está ausente o menor terá muitas dificuldades", apontou.

A Enfermeira, Dulce José apontou que a falta de sustento de certos pais, tem levado a problemas de desnutrição de crianças, cujos casos chegam regulamente na unidade hospitalar em que trabalha e espera que haja maior responsabilidade por parte dos homens que deixam os filhos sem o devido cuidado.

O desvio de comportamento de certos menores e crescimento sem que alguns tenham acesso a escola, deixa preocupada a enfermeira, que alerta a sociedade dos perigos para o país.

Outra enfermeira, Mara António reforça a necessidade das mulheres antes de partirem para uma relação, observarem para o tempo de convívio, afim de  terem noções gerais do futuro parceiro, para se evitar situações do género, pese embora acredita na impressibilidade das pessoas. A seu ver, esta medida, pode reduzir em parte os vários casos de fuga a paternidade.

Mara António avançou ao longo da entrevista, que haverá redução desta problemática, caso as famílias tenham as mínimas condições de sobrevivência.

FUGA A PATERNIDADE É CONTRA A VONTADE DE DEUS

" Nós  como líderes  religiosos,  não  aprovamos a fuga à paternidade, porque é contra a vontade de Deus”, disse o líder  religioso da Igreja Pentecostal Hospital  da Fé  Reino da Liberdade, David Alexandre .

O Pastor David Alexandre, fez saber que a luz da Bíblia, todos os homens que foram heróis da fé, nunca abandonaram suas responsabilidades como pais.

A título de exemplo, para justificar a sua posição, rebuscou a figura de Abrão, que revelou ser o pai da multidão e da fé.

O Pastor da Igreja Pentecostal Hospital da Fé Reino da Liberdade, esclareceu que o cristão não deve apostar na fuga à paternidade, deve assumir as suas responsabilidades, por ser uma atitude pecaminosa, (pecado), por socialmente ser reprovável e biblicamente ser contra vontade de Deus.

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Redacção Ponto de Situação

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