Descontentamento dos homens do giz

MAIS DE 20 DOCENTES ADMITIDOS NO ÚLTIMO CONCURSO PÚBLICO AFASTADOS DO INSTITUTO SUPERIOR DO BENGO

Dois meses depois de estarem enquadrados no Instituto Superior Politécnico do Bengo e auferirem salários como funcionários públicos, 22 docentes vão ser excluídos por ordem supostamente do ministro do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, decisão contestada pelos visados, que apelam revisão imediata da medida.

Por: Angelino Katchama/Leal Mundunde

Provenientes de diversas partes do país, vários candidatos à carreira docente a nível do ensino superior, participaram no ano passado do concurso público para o preenchimento de vagas no Instituto Superior Politécnico do Bengo.

Segundo informações, confirmadas por um dos docentes que faz parte do grupo dos que foram enquadrados no final de dezembro de 2024, como atestam os documentos em posse da Redacção do Ponto de Situação, depois de estarem devidamente inseridos na instituição e receberem os salários referente os meses de janeiro e fevereiro do presente ano, tomaram conhecimento da anulação do concurso.

 De acordo ao  despacho nº 92/2025 de 11 de Março, assinado alegadamente pelo ministro do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Albano Vicente Lopes Ferreira, não foram observados no concurso, os “princípios que nortearam o processo de recrutamento e selecção de candidatos na Administração Pública estabelecidos no Decreto Presidencial nº 112/24 de 17 de Maio”. 

O titular do sector, supostamente terá determinado anulação do referido concurso público, de modo que seja reposta a legalidade, pese embora o documento não cita as irregularidades observadas pelo ministério.

Está previsto um novo concurso público como lê-se no despacho que chegou a nossa Redacção. 

Académicos descontentes 

Com medo de sofrerem retaliação, os docentes abrangidos, receiam falar publicamente sobre este assunto, a pesar de mostrarem insatisfação pelo procedimento adoptado e pretendem junto do ministério a resolução do problema. 

Uma das fontes esta quarta-feira, 19, avançou ao Ponto de Situação, não entender as razões da decisão, por achar que o concurso decorreu com lisura, comparativamente aos demais em que participou, pese embora reconheça existir candidatos que posteriormente manifestaram tristeza, pelos seus nomes não constarem entre os  seleccionados. 

“Nós tomamos posse, estamos enquadrados no ministério e na folha salarial. Como fica a situação a nossa situação?”, questionou a fonte, tendo reforçado, que o processo que terminou com a inserção dos 22 docentes, é porque teve o aval do Tribunal de Contas e do Ministério das Finanças. 

A fonte que lamenta a pretensão do ministro, de excluir da função pública os homens do ABC, tendo revelado que os argumentos não são convincentes, por não espelhar as falhas que supostamente tiveram lugar.

De acordo com o professor, a medida ora tomada está a causar instabilidade no seio das famílias, particularmente dos trabalhadores, muitos dos quais deixaram outras províncias, arrendaram residências, e a situação poderá ser ainda mais crítica com o decorrer dos dias, uma vez que tomaram conhecimento, que a partir de 1 de Abril, serão retirados da folha salarial, para que se dê abertura a um novo concurso público.

A fonte quase em lágrimas, apelou as entidades competentes, no sentido de reverem o despacho, por reconhecer que o processo foi transparente.

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Redacção Ponto de Situação

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