Venâncio Mondlane acusa guardas prisionais de libertarem presidiários

MINISTRA DE MOÇAMBIQUE DESMENTE POLÍCIA SOBRE RESPONSÁVEIS DA FUGA DE RECLUSOS

A Ministra da Justiça de Moçambique, desmentiu o  Comandante Geral da Polícia,  sobre as  motivações da fuga de  1534 reclusos, da  Cadeia Central de Maputo, dos quais 29 presumiveis terroristas.

A saída forçada  dos cidadãos privados de liberdade, numa das mais  vigiadas cadeias deste país, aconteceu na  tarde de quarta-feira, 25, por volta das 13h00.

O Comandante Geral da Polícia de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael acusou os  manifestantes  de estarem na base da evasão dos reclusos.

Supostamente, nas constatações da polícia, os manifestantes aproximaram-se nas  imediações do estabelecimento prisional, com intuito de exigir a soltura da população penal.

"Provocou as emoções dentro da cadeia que propiciou o desabamento do muro que separa a BO (nome dado a Cadeia de máxima segurança) de outra cadeia ao lado.  Estes [os reclusos da cadeia ao lado da BO] aproveitaram para passar do outro lado, onde criaram agitação e começaram a assentar a fuga pelas portas do outro lado”, explicou.

Bernardino Rafael afirmou  que antes,  houve  confrontação entre os agentes penitenciários e os manifestantes, culminando na  libertação forçada de  1534 presos, dentre eles 29 terroristas condenados.

Os dados oficiais apontam para 33 reclusos que morreram em consequência desta acção, sem precisar a forma exacta como perderam a vida.

Segundo a polícia, com o trabalho desenvolvido foi possível recuperar  bens pertencentes aos serviços penitenciários, desviados pela população e resultou na captura de 150 reclusos, por isso, exorta que os demais voluntariamente possam apresentar-se no estabelecimento prisional.

“Se calhar, os organizadores dessas manifestações subversivas poderão dizer porque razão optam por estas acções de libertar os condenados", referiu  o Comandante Geral da PRM.

Bernadino Rafael explicou que alguns dos presos fugitivos, estavam na fase final do cumprimento da pena, uns com previsão de saída em janeiro e teme, pelo aumento da criminalidade em Moçambique.
 
REAÇÃO DA MINISTRA DA JUSTIÇA

As declarações do Comandante Geral da PRM, segundo as quais a fuga dos reclusos resultou em consequência dos  protestos,que decorriam  no exterior da cadeia, contrariam a versão da ministra da justiça de Moçambique.

Em entrevista ao Jornal O País, deste território do índico,  Helena Kida, afirmou que a fuga foi  organizada no interior do estabelecimento prisional.

“A notícia que dá a indicação de que houve manifestantes do lado de fora não é verídica. A situação foi mesmo de dentro do estabelecimento penitenciário, onde houve esta agitação”, contesta a ministra.

VENÂNCIO MONDLENE ACUSA POLÍCIA DE LIBERTAÇÃO DOS RECLUSOS PARA RESPONSABILIZAR OS MANIFESTANTES

O político Venâncio Mondlane, reagiu esta quinta-feira, 26, que acção não tem a mão dos manifestantes,  como fez saber o Comandante Geral da Polícia Republicana de Moçambique.

Para Venâncio Mondlane, quem libertou os reclusos são os guardas prisionais por orientação das autoridades,  para desviar atenção e o  impacto das manifestações e  permitir a liberação de vários jovens encarcerados desde o  princípio dos protestos.

Por outro lado, disse ter informações, que no estabelecimento prisional onde se deu o incidente, regista uma rotura do ponto de vista logístico,  daí a estratégia de soltar alguns,  aproveitando o ambiente desfavorável para o governo.

"Reparem bem, como estavam vestidos aqueles jovens, nenhum deles trazia o uniforme laranja de prisioneiros", desabafou e esclarece que a polícia, na pessoa do Comandante Geral da PRM, Bernardino Rafael, são os únicos responsáveis.

Venâncio Mondlane revelou que em consequência do que ocorreu na cadeia, a polícia alegadamente assassinou com  tiro na cabeça, uma boa parte dos reclusos que apareceram mortos.

O político que contesta os resultados das últimas eleições, apela as organizações de direitos humanos, a investigarem o que está acontecer em Moçambique e garante ter provas suficientes dos verdadeiros mandantes dos actos ilícitos levados a cabo, a seu ver pelo governo, para se perpetrar no poder.

Redacção Ponto de Situação

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