
Criminalidade
ROUBOS NAS “ESQUINAS” DO PERIFÉRICO DO CAZENGA
- por Redacção --
- Wednesday, 12 Mar, 2025
O tema em questão, refere-se aos problemas sociais que os populares do município do Cazenga têm enfrentado, sem escapamento no que concernente a delinquência. O facto que o governo angolano devia olhar não somente em suprimir a criminalidade, que é uma realidade na aquela zona, mas como em pautar também na criação de recintos de formação que geram ofício. Contudo, isso, longe de ser agregado devido a ineficácia política que actuam no nosso país, se é que há, só tem favorecido “os de gente boa”.
Por: Vânia Quivota
Ergue-se aqui a frase do primeiro Presidente: “Os musseques são bairros humildes de gente humilde”. Lá se foi o tempo do Agostinho Neto, actualmente, nos bairros periféricos, onde a violência é “o pão de cada dia”, o termo humilde está mais voltado em não reagir no momento de assalto, caso contrário, corres o risco de perderes a vida. Assim, é o nosso musseque onde nascemos e crescemos, o saber andar, é uma doutrina para se chegar até a velhice, assim aconselham os mais velhos.
Sendo nata, realço que a vivência na periferia é difícil, tem-se presenciado as ocorrências de assaltos nas ruas de acesso a paragem principal dos táxis azul e branco (AICE), no município do Cazenga, curtume é uma realidade, “onde de tudo um pouco acontece no que tange a criminalidade”. Os Moto-taxistas, as pessoas que levantam cedo para ir á universidade ou no serviço são várias vezes intimidados pelos marginais, são obrigados a dar um valor(moedas), ou consequentemente sofrem assaltos.
Foi no Cazenga que se deram parte dos ataques de fevereiro de 1961, o estopim da Guerra de Independência de Angola, sendo utilizada como base nacionalista angolana para o assalto à Cadeia de São Paulo (em 9 de fevereiro de 1961). O objectivo era libertar alguns detidos, mas o ataque não foi bem-sucedido e deu margem a um contrataque violento dos portugueses, provocando muitas vítimas mortais entre os nacionalistas angolanos.
Será que o índice de criminalidade no Cazenga esta ligado á genética dos antepassados? Ou se trata da pobreza? Na verdade, estamos perante ao excedente que espelham a má governação. A pobreza generalizada à população de baixa renda no bairro do Curtume tem se reflectido em situações precárias, de tal forma, tem se assistido, o número considerável de crianças vistas nos lixos, pairados em lagoas obscurecidas com odores, tudo em busca de ferros metálicos e plásticos para depois transportarem nos estabelecimentos de troca, chamado em gíria “casa de peso” onde são pagos com valores monetários.
Qual é o futuro que esperamos dessas crianças? sem acesso ao ensino escolar. Se juventude é a força motriz da nação! Assim dizia o primeiro Presidente de República doctor António Agostinho Neto “O mais importante é resolver o problema do povo”. O silêncio da elite governamental em solucionar o problema do povo está distante da visão do “Neto”.
A titular da educação devia mirar com precisão, ou seja, elaborar o plano estratégico para acabar com o alfabetismo em zonas periféricas, implementando instituições comparticipadas gratuitas, de forma a combater o nicho dos adolescentes em delinquência, drogas e gangs ou grupos criminosos.
Gostaria que este artigo não seja visto aos olhos dos leitores e aos especialistas como o simplesmente artigo, mais que considerem como um alerta que deve ser expandido até órgãos competentes.
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Redacção Ponto de Situação