CONFLITO

GOVERNO CONGOLÊS E REPRESENTANTES DO M23 REÚNEM EM LUANDA

O conflito no Leste da República Democrática do Congo, pode conhecer um novo capítulo, com o encontro a ter lugar entre o governo congolês e a delegação do M23, este mês, em Luanda.

Os dois lados do conflito vão negociar a próxima semana, 18, sobre os passos a serem seguidos para o fim deste litígio que dura anos.

Com mediação do governo angolano, este pode ser o primeiro dos vários encontros entre as partes.  

A informação veio a público, esta quarta-feira, 12, por intermédio de uma nota da presidência da República.

 De salientar que na tarde deste mesmo dia, o Ponto de Situação divulgou uma matéria, onde o estudante de Ciência Política, Hamilton João defendeu a necessidade da inclusão na mesa de diálogo todas as partes envolvidas no diálogo, dentre elas, o M23.

 “Todavia, se este grupo é um grande interveniente no conflito naquela região, não pode ser posto de parte, tem de haver sensibilidade do governo congolês em trazê-lo à mesa para que haja um diálogo e cheguem a um consenso para o fim do conflito”, sublinhou.

 Olhando para a desenvoltura deste conflito, pensa que os mediadores, devem trabalhar para conseguirem também incluir o Ruanda “visto como o grande financiador deste conflito”.

Por outro, aconselha o povo congolês, no sentido de entender que a solução primária tem de partir internamente, por achar que são eles que sentem o conflito na pele, antes de olharem para as outras nações como a bola de salvação.

“Tem de alavancar esforços, unir-se internamente e criar todas as condições para que um outro intermediário tenha o seu papel mais facilitado”, defendeu, caso contrário, acha ser difícil alcançar a paz esperada.

O interlocutor, busca o exemplo  do conflito que decorreu em  Angola, onde houve a necessidade  dos angolanos sentarem à mesma mesa, para  chegarem ao entendimento, depois de vários acordos realizados, como os de Bicesse e Lusaka, que tiveram como intermediários várias organizações internacionais, sem o sucesso almejado.

 Hamilton João, acresceu que em 2002, os angolanos chegaram à conclusão que, para o fim da guerra, a solução teria de partir internamente e assim aconteceu.

 “Penso que é esta a ideia que deve partir do povo congolês: sentarem, saber concretamente o que querem para a RDC e só assim, chamarem à mesa outros mediadores para que haja a paz”, exortou.

 Por  outro lado, destacou o papel de Angola neste conflito e garante  que tem feito a sua parte, como um grande intermediário a nível da região Austral, pelo que sugere ao presidente Félix Antoine Tshisekedi, a ter o país como principal aliado.

A fonte espera da parte das autoridades angolanas que prossigam com o trabalho que têm desenvolvido, por temer que o agudizar da guerra no Congo, também deve ser vista como uma ameaça para o território nacional, por partilharem uma vasta fronteira. 

 “Angola tem feito muito na pessoa do Presidente da República João Lourenço, mas não tem tido muito sucesso, porque os intervenientes do conflito não estão dispostos a abraçar os acordos”, lamentou. 

Saiba mais em CAMINHOS PARA A PAZ NA RDC

Redacção Ponto de Situação

comentário como:

comentário (0)