Capitalismo e Socialismo

DOIS SISTEMAS POLÍTICO- ECONÓMICOS QUE REVOLUCIONARAM O MUNDO

O Investigador para os Assuntos Africanos, Josimar Agostinho Onjango caracteriza o socialismo, como o Estado da não liberdade, contrariando o pensamento dos defensores desta ideologia, que o definem como o sistema que vela pela autonomia dos oprimidos.

Josimar Agostinho Onjango disse que o capitalismo e o socialismo, podem ser considerados ideologias do ponto de vista económico e político, acabam por influenciar a forma como o Estado se comporta ou implementa as suas políticas.

‘‘Mesmo às vezes não sendo visível, tem se dito que toda a acção política tem na base uma ideologia, e esta base pode ser socialista ou capitalista’’, esclareceu.

Do ponto de vista histórico, afirmou que alguns autores contam que na época da expansão europeia, quando Portugal sai para a exploração de outros territórios, em busca de recursos minerais na India e África, já existia o capitalismo.

Afirmou também que outros estudos indicam que o capitalismo surge após a idade média, isso a seguir ao feudalismo, um sistema social, onde a terra era a principal fonte de riqueza e poder.

O nosso entrevistado, contou que historicamente os ideais socialistas surgem na época da revolução industrial, em que havia uma classe social, neste caso o proletariado, que trabalhava nas indústrias e era explorada pela burguesia, os detentores destas indústrias.

Os proletários, segundo o Investigador, tão logo perceberam que estavam a ser explorados, instigados por alguns teóricos como Karl Marx uniram-se e lutarem em defesa dos seus direitos. Marx, o expoente máximo do socialismo com o seu livro “O Capital”. Enquanto no capitalismo havia sido Adam Smith, autor do livro “A Riqueza das Nações”, a principal referência teórica.

Josimar Agostinho Onjango, caracteriza o capitalismo como uma corrente ideológica, política e económica, que se caracteriza pela livre concorrência, pela propriedade privada, onde o cidadão é livre de criar o seu próprio negócio.

Sobre o socialismo, disse ser também uma corrente ideológica, económica e política que defende a intervenção radical do Estado sobre a economia.

‘‘Mesmo às vezes não sendo visível, tem se dito que toda a acção política tem na base uma ideologia, e esta base pode ser socialista ou capitalista’’, esclareceu.

Josimar Agostinho, explica que no socialismo, a economia é centralizada, com muita intervenção do Estado, e “vimos isso em contextos actuais, onde o Estado determina a inflação, e a percentagem do juro”.

‘‘Para mim o socialismo é o Estado da não liberdade’’, defendeu. Posteriormente avançou que os defensores do socialismo, dizem que este é um sistema que vela pela ‘‘emancipação dos oprimidos’’.

“Seu eu ficar com o poder para distribuir melhor, a partir do momento que eu tirar este poder do povo, eu torno-me um ditador e também capitalista, e se em mim não houver moral e ética não tem como eu distribuir melhor”, exemplificou, tendo reforçado que o capitalismo é o Estado da liberdade.

O investigador, referiu que actualmente tem constatado a nível mundial, pessoas a deixarem países socialistas, para habitarem em territórios capitalistas, porque entendem que não há liberdade no socialismo.

‘‘Temos o exemplo de Cuba, que é um país socialista, onde os cubanos fazem de tudo para irem aos Estados Unidos da América’’, contou por breve experiência, vivida neste território da América.

Questionado sobre o melhor sistema para África, respondeu que muitos líderes africanos seguiram a ideologia socialista, desde Kwame Nkrumah, Amílcar Cabral, até mesmo Agostinho Neto e Julius Nyerere, este último que terá defendido o socialismo, como o melhor que se adapta aos  hábitos e costumes dos africanos, por isso,  pensa que talvez os jovens deste continente, deviam estudar mais o socialismo tornando-o “limpo e positivo”.

Na sua perspectiva, a pesar de defender o capitalismo, olhando para a cultura de comunhão e solidariedade do africano, acha que o socialismo é o que mais casa com África, tanto que no livro “O Capital” de Karl Marx, cita uma tribo africana e angolana, como exemplo de comunismo, e acredita que sejam os Khoisan.

‘‘«Ujamaa», é uma filosofia de Julius Nyerere, pai da independência da Tanzânia, estudou o socialismo africano, e nesta filosofia propõe aldeias de famílias, um ensaio para vermos se é possível vivermos no socialismo’’, falou apoiando a ideia, tendo proposto a criação de um possível sistema africano, que não seja, o socialismo, nem o capitalismo.

Questionado se é possível um país, usar os dois sistemas ao mesmo tempo, respondeu que sim e deu exemplo da Noruega, Suécia e Dinamarca.

Josimar Agostinho contou que a obra O Livro Negro do Comunismo, apresenta o número de mortes causadas pela implementação do sistema socialista ou comunista, em que também Angola é mencionada devido ao 27 de Maio.

‘‘Eu prefiro o capitalismo, embora seja relacionado com o tempo da exploração em África, mas pode ser purificado e melhor aplicado, porque eu tenho de ser livre de criar a minha própria propriedade, eu não posso depender do estado para tudo’’, defendeu.

O Investigador para os Assuntos Africanos, terminou, dizendo que até antes de 1992, em Angola imperava o socialismo formalmente, mas com a Constituição da República daquele período, mudou-se formalmente para a economia de mercado e multi-partidarismo, características do capitalismo.

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Redacção Ponto de Situação

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