Venda de medicamentos nas farmácias

MULHERES EM LUANDA TRAVAM GESTAÇÃO COM COMPRIMIDOS

Nas farmácias a nível de Luanda, tem sido um dos pontos onde vários cidadãos, até adolescentes, recorrem regulamente afim de comprarem medicamentos para cometerem aborto, uma prática segundo relatos, feita normalmente de forma discreta.

 Por: Angelino Katchama

A equipa do Portal “Ponto de Situação” saiu na tarde desta segunda-feira,22, as ruas do município da Maianga, propiamente no bairro da Jamaica, para colher mais dados deste assunto. 

Mas, o sol e o calor tomavam conta da nossa caminhada, marcada com várias dificuldades, uma delas, a distância que separava uma farmácia da outra.

 Em uma das farmácias, solicitamos fármacos para interromper gravidez, não importa o tipo, pois, o objectivo era a remoção, por falta de condições.

 Em jeito de resposta, disse que não podia falar sobre a utilização de comprimidos para “sacar gravidez”. 

Ao longo da interação, afirmou que vendiam vários fármacos, porém, já não comercializam e aconselhou que das próximas vezes devíamos evitar, chegar directamente a farmácia para solicitar estes medicamentos.

 Na sua opinião, o prático é bater a porta de alguém conhecido para facilitar o processo e o mesmo funciona a nível dos postos médicos, por ser um negócio que se faz discretamente, por ser arriscado. 

Questionada sobre as razões, respondeu que podem ter problemas com as autoridades, ao ponto de fecharem o estabelecimento e o responsável ou o funcionário ser detido.

“ Eu não posso falar muito,  já volto”, despediu a farmacêutica visivelmente assustada.

Com as suas declarações concluímos que no local vendem os fármacos, mas somente para as pessoas que eventualmente já conhecem, diferente do nosso caso.

Quando esperávamos que regressasse talvez para vender, porque eventualmente tenha mudado de ideia, fomos surpreendidos com a presença do funcionário que se identificou como responsável da farmácia. 

O mesmo, esclareceu que antes vendiam, mas actualmente deixaram de o fazer.

“Os clientes não compram alguns fármacos para combater algumas patologias, mas, sim para interromper gravidez, por isso que paramos de comercializar”, explicou o especialista em saúde.

O profissional de farmácia,  resumidamente assegurou que o uso de comprimidos para “sacar gravidez”, tem várias consequências, e acrescentou que “não é a aconselhável, apesar de algumas pessoas consultarem um especialista em saúde para a devida orientação, mas, ainda assim as consequências são maiores”, alertou o especialista.

Na ocasião revelou ser “extremamente proibido a utilização de fármacos para interromper a gravidez” e acusou as mulheres na flor da idade, de serem as principais clientes de comprimidos para realização de aborto. 

Em outra farmácia do bairro Rocha Pinto, também no município da Maianga, no mesmo dia, a farmacêutica disse que deixaram de vender medicamentos desta natureza, para evitar problemas com os agentes da polícia ou do  Serviço de Investigação Criminal, que volte e meia entram nestes locais a paisana.

Enquanto mantínhamos o diálogo, por um deslize citou o comprimido mais procurado particularmente por adolescentes e jovens,  que optam em abortar, mas desencorajou a prática, tendo alertado para os perigos. 

A mesma fez menção, que qualquer medicamento ingerido sem prescrição médica, não se aconselha.

Redacção Ponto de Situação

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