
APREENDIDOS NOVOS EQUIPAMENTOS
EM FUGA RESPONSÁVEL DE UM ESTALEIRO CLANDESTINO DE CRIPTOMOEDAS DESMANTELADO EM LUANDA
Está foragido o cidadão chinês, responsável de um estaleiro clandestino e oito contentores de 40 pés, onde estavam guardados equipamentos novos de mineração de criptomoedas, avaliado em cerca de 17 milhões de dólares norte-americano.
Accão conjunta com outros órgãos, dentre eles o Serviço de Investigação Criminal e Gabinete de cibercrime da Procuradoria Geral da República (PGR), foi levada a cabo em função de uma denúncia, que permitiu a descoberta deste estaleiro, no bairro Mil Cores, no Kilamba, em Luanda.
Segundo o Director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do SIC, Superintendente-Chefe de Investigação Criminal, Manuel Halaiwa, parte do material apreendido provavelmente terá sido retirado de outros pontos de mineração, com processadores novos de Bitminer, de última geração, que podem custar mais de 1400 dólares.
O estaleiro clandestino com a dimensão de cerca de 10 hectares, com muros altos, presume-se que no local havia intenção de ser instalado um centro de mineração de criptomoedas de alta dimensão.
Vista como actividade extremamente lucrativa, pelos cálculos efectuados no terreno, o equipamento apreendido pode estar avaliado em 17 milhões de dólares norte-americano.
De acordo com os dados disponibilizados por este órgão do Ministério do Interior, cada processador, estima-se que diariamente pode minerar entre 35 a 37 dólares, o que os responsáveis da possível mineração de criptomoedas, em construção, poderiam obter uma faturação líquida, em média, mensalmente 17 milhões de dólares.
CIDADÃO CHINÊS EM FUGA
Esta segunda-feira, 3, em declarações a imprensa, o Superintendente-Chefe de Investigação Criminal, Manuel Halaiwa explicou que o responsável do estaleiro, um cidadão chinês, encontra-se em parte incerta, mas os efectivos do Serviço de Investigação Criminal, tudo estão a fazer para a identificação e detenção do suspeito.
Até ao momento, desconhece-se o nome e outros dados adicionais em volta do presumível titular do espaço, que tão logo for identificado, poderá ser chamado para a devida responsabilização criminal.
De salientar que a Criptomoeda, é um dinheiro digital ou virtual e usa criptografia para garantir a realização de transações, moeda esta, não emitida pelo Banco Central ou pelas instituições financeiras do governo. Por meio destas moedas pode-se realizar compras e vendas de bens e serviços, uma prática que em Angola a legislação prevê como crime.
Para Manuel Halawa, o Estado angolano criminalizou esta prática, devido aos riscos que dela podem advir, por suspeitas de branqueamento de capitais, financiamento ao terrorismo, fuga ao fisco, compra de armas, drogas e outros negócios ilícitos e acredita que, com a sua criminalização ajuda a proteger o sistema financeiro do país e o sector energético.
DETENÇÕES
Desde abril do ano passado, foram desmantelados 41 estaleiros clandestinos de mineração de criptomoedas, detenção de mais de 100 cidadãos de nacionalidade chinesa e outros nacionais.
De janeiro a fevereiro deste ano, foram detidos 45 cidadãos, 29 estrangeiros e 15 angolanos.
Redacção Ponto de Situação