JORNALISTAS DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS PARALISAM ACTIVIDADES A PARTIR DE SEGUNDA-FEIRA

O Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) anunciou, nesta terça-feira, 2 de Setembro, em Luanda, a realização da primeira greve geral dos profissionais dos órgãos públicos de comunicação social no país. A paralisação terá início na próxima segunda-feira, 8 de Setembro, e deverá decorrer de forma interpolada durante quatro meses.

JORNALISTAS DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS PARALISAM ACTIVIDADES A PARTIR DE SEGUNDA-FEIRA

De acordo com o porta-voz do SJA, André Mussamo, a decisão surge em resposta à “falta de honestidade” e à morosidade das negociações com a entidade patronal, que não terão dado respostas concretas às reivindicações apresentadas pela classe.

A greve, que começará com cinco dias de paralisação, será progressiva, alternando períodos de trabalho e protesto. O sindicato garante que todas as acções serão realizadas dentro dos pressupostos legais.

O jornalista Carlos Carvalho, membro do SJA, destacou que esta é a primeira vez, na história de Angola, que os profissionais da comunicação social pública recorrem a uma greve geral. Apesar de reconhecer algum receio e ceticismo, assegura que prevalece a vontade dos jornalistas em pressionar o governo para resolver problemas estruturais que afectam o exercício da profissão.

“Este protesto é um mecanismo de pressão para que o governo satisfaça as nossas necessidades e dificuldades no dia-a-dia. Optámos por uma greve interpolada, durante quatro meses, com dias alternados, para reforçar a pressão sem comprometer totalmente o sector”, explicou.

Segundo o sindicalista, a decisão foi aprovada em Assembleia Geral, ainda que alguns membros tenham manifestado resistência.

 “Há pessoas que não estão alinhadas, mas a maioria venceu. Agora resta esperar pela reacção da entidade patronal”, concluiu.