NOVAS REVELAÇÕES DO SEGURANÇA MORTO NA RESIDÊNCIA DO EMPREGADOR
Utana Feijó Pacavira, de 34 anos, é o principal suspeito do assassinato de António Coque Kuituca, esfaqueado mortalmente no interior da residência onde prestava serviço como segurança. Há também a suspeita de que a mãe de Utana tenha ajudado o filho na tentativa de apagar os indícios do crime.

O assassinato terá ocorrido na madrugada de quarta-feira, 16 de Julho, quando a vítima se encontrava de serviço na residência do alegado agressor, localizada na zona do Benfica, em Luanda.
Apesar das primeiras versões que circularam indicarem que a motivação do crime estaria ligada à cobrança de um valor relacionado com a venda de uma casa, uma fonte familiar garantiu ao Portal Ponto de Situação que tal versão ainda não está confirmada. A família exige o total esclarecimento das circunstâncias do crime e que o autor do acto seja responsabilizado.
Indícios e descrição do crime
De acordo com relatos recolhidos junto de familiares e colegas da vítima, há fortes indícios de que o crime tenha ocorrido no quintal da residência de Utana Feijó Pacavira.
Informações preliminares apontam que a vítima foi inicialmente agredida com um objecto diversos: bloco e manguito, antes de ser esfaqueada nas regiões “do pescoço, olhos e orelhas”.
Com o intuito de eliminar os vestígios de sangue, relatos indicam que o acusado terá utilizado uma mangueira de pressão para lavar os objectos envolvidos no crime e a residência.
No domingo, 20 de Julho, um familiar da vítima, que preferiu manter o anonimato, afirmou que, após o contacto com funcionários da empresa onde António Coque trabalhava, foi possível apurar que o corpo da vítima aparentava ter sido lavado para eliminar os vestígios de sangue, o que indicava uma tentativa de ocultação do crime.
“Partiu os membros superiores do nosso familiar e colocou-os dentro da banheira, na casa de banho”, denunciou.
Um plano possivelmente premeditado
A mesma fonte revelou ainda que António Coque teria sido convidado por Utana Feijó para uma viagem a uma província do país, marcada para o dia 1 de Agosto. Acredita-se que essa deslocação poderia ter sido o momento escolhido para consumar o assassinato, sem deixar rasto.
A família tomou conhecimento da morte apenas na sexta-feira, 18 de Julho, após colegas de trabalho da vítima iniciarem buscas no bairro, munidos de uma fotografia do malogrado, na tentativa de localizar os seus familiares. Segundo testemunhos recolhidos, o acusado terá permanecido com o corpo até à tarde de quinta-feira, 17 de Julho, altura em que foi detido.
Acusações à mãe do suspeito
Segundo o familiar entrevistado, o acusado tinha por hábito dormir durante o dia e sair durante a noite. Na manhã do crime, a empregada doméstica que se dirigia à residência terá sido impedida de entrar, sendo instruída a regressar a casa. Esta versão, a fonte conta que a empresa obteve no local do incidente, por parte dos vizinhos.
Relatos apontam que, durante a madrugada do facto, António Coque ainda terá gritado por socorro. Um dos vizinhos alertou a polícia, mas não obteve resposta imediata. Pouco depois, o silêncio absoluto na residência denunciaria o pior.
A empresa de segurança onde a vítima trabalhava tentou contactar o acusado, sem sucesso. Já o número de telefone de António ainda chamava. Face ao silêncio, a empresa notificou as autoridades, que, ao chegarem ao local com efectivos da Direcção de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP), encontraram o corpo da vítima guardado na casa de banho.
Outras informações avançadas pela família indicam que António Coque era tratado como segurança pessoal por Utana, acompanhando-o inclusive a estabelecimentos nocturnos, como discotecas.
Segundo informações preliminares, o crime poderá ter contado com a colaboração da mãe do suspeito, envolvida alegadamente na eliminação dos vestígios do homicídio. A mesma encontra-se igualmente detida.
Após a detenção, o suspeito foi inicialmente conduzido à Direcção de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP) do Benfica, tendo posteriormente sido transferido para o Comando Municipal de Talatona, e encaminhado para as instalações do Serviço de Investigação Criminal (SIC) de Luanda, onde permanece sob custódia.
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