ATAQUE TERRORISTA EM NAMPULA DEIAXA TRÊS MORTOS E MAIS DE 100 CASAS INCENDIADAS

Os ataques terroristas voltaram a aterrorizar Memba, em Nampula, norte de Moçambique, nesta segunda-feira,17, três mortos, mais de 100 casas incendiadas e centenas de deslocados, foi o resultado do ataque, situação que as autoridades consideram "preocupante".

A ofensiva obrigou centenas de pessoas a abandonar as suas aldeias e procurar refúgio em distritos próximos, segundo as autoridades, que descreveram a situação como preocupante, embora haja garantias de reforços no terreno.

"Estes terroristas fizeram incursões no Posto Administrativo de Mazua, nos povoados de Mulutine e Namajuba, no dia 14 e 15, e 17 de novembro. Houve incursões que foram feitas em Memba-sede, onde também passaram por Gemba e Baixo-Pinda", disse o secretário de Estado de Nampula, Plácido Pereira.

Os insurgentes fizeram várias vítimas mortais. As autoridades governamentais falam de três mortes, mas os terroristas reivindicam cinco, de acordo com a imprensa local.

"Nestas duas acções, incendiaram cerca de 101 casas da população, viaturas e moageiras, mas também raptaram alguns cidadãos. Com este movimento, há uma fuga dos populares que se refugiam em Eráti, Nacaroa, Nacala-a-Velha e Nacala-Porto, entre outros", acrescentou Plácido Pereira.

Só o posto administrativo de Alua, no distrito de Eráti, recebeu mais de 200 famílias que fugiram dos ataques. Os deslocados abandonaram as suas zonas de origem e percorreram muitos quilómetros em peregrinação, como relata um deles à DW.

"Saí de Majuba, saí de lá no dia 16 até aqui. Lá eles queimaram casas. Na minha zona queimaram a minha casa, mataram o meu tio e mais duas pessoas, e incendiaram quase toda aldeia", lamentou.

Outro deslocado lamentou: "Mataram a minha irmã, minha neta, estou cá desde anteontem", disse.

O governador de Nampula, Eduardo Abdula, dirigiu-se esta terça-feira, 18, a Alua, transportando alimentos para as famílias deslocadas. E lá, em língua local, pediu os residentes para acolherem sem discriminação os deslocados.

"Eu sei que os de Alua sabem bem acolher os outros, eu também nasci cá na região do régulo Saíde, então aprendi lá onde nasci a saber acolher. Trouxe tendas para dormirem porque sei que dormem nos cajueiros", disse.

O governante assegurou que as autoridades estão a envidar esforços no terreno, de modo a restabelecer a tranquilidade na região.ATAQUE TERRORISTA EM NAMPULA DEIAXA TRÊS MORTOS E MAIS DE 100 CASAS INCENDIADAS