CHINA: ROBÔS LUTAM BOXE E JOGAM PARTIDAS DE ESTRATÉGIA

O governo Chinês anunciou que criará uma nova organização para cooperação em governança de Inteligência Artificial. Empresa de robôs que lutam boxe diz que lançará um humanoide em tamanho real por menos de US$ 6.000.

CHINA: ROBÔS LUTAM BOXE E JOGAM PARTIDAS DE ESTRATÉGIA
CHINA: ROBÔS LUTAM BOXE E JOGAM PARTIDAS DE ESTRATÉGIA

Lutando boxe, jogando com estratégia, empilhando prateleiras e servindo cerveja artesanal, além de outras dezenas de robôs humanoides foram exibidos na Conferência Mundial de IA de Xangai (WAIC), que começou no dia 26.

O evento anual tem como objectivo mostrar o progresso da China no campo em constante evolução da inteligência artificial, com o governo buscando posicionar o país como líder mundial em tecnologia e regulamentação, enquanto tenta superar os Estados Unidos.

Ao abrir o evento no sábado, o premiê Li Qiang anunciou que a China criaria uma nova organização para cooperação em governança de IA, alertando que os benefícios do desenvolvimento devem ser equilibrados com os riscos, segundo a agência de notícias France Presse (AFP).

O governo chinês tem dado apoio à robótica, uma área na qual alguns especialistas acreditam que a China já pode ter vantagem sobre os Estados Unidos.

Luta de robôs

Os organizadores disseram à AFP que o fórum envolveu mais de 800 empresas, apresentando mais de 3.000 produtos, os que inegavelmente agradaram ao público foram os robôs humanoides e sua série de truques um tanto surreais.

No estande da Unitree, em Hangzhou, seu androide G1 com cerca de 130 centímetros de altura e uma bateria com duração de duas horas chutava, girava e socava, mantendo o equilíbrio com relativa fluidez enquanto praticava boxe de sombra em um ringue.

Antes da abertura da conferência, a Unitree anunciou que lançaria um humanoide em tamanho real, o R1, por menos de US$ 6.000.

"Com a luta de boxe, queremos mostrar o controle de movimento. Queremos estabelecer uma boa base primeiro e, então, em três a cinco anos, eles podem entrar no serviço público ou em indústrias e assumir tarefas perigosas e repetitivas. Em cinco a dez anos, eles podem fazer parte do nosso cotidiano e cuidar dos idosos", disse Yolanda Xie, porta-voz da Unitree, à agência de notícias Reuters.

Na exposição, companheiros de IA na forma de empresários de meia-idade, mulheres com pouca roupa e guerreiros ancestrais, acenavam para as pessoas nas telas, perguntando como foi o dia delas, enquanto outras barracas exibiam demonstrações permitindo que os visitantes criassem seus próprios avatares digitais.

A Baidu anunciou uma nova geração de tecnologia para seus "humanos digitais" agentes de IA parecendo pessoas reais, que, segundo a empresa, são "capazes de pensar, tomar decisões e colaborar".

Mais de dez mil empresas já usam a tecnologia diariamente, disse o chefe do departamento da Baidu, Wu Chenxia, à AFP.

Questionado sobre o impacto nos empregos, uma das principais preocupações levantadas em torno da adopção generalizada da IA, Wu insistiu que a IA era uma ferramenta que deveria ser usada para melhorar a qualidade e economizar tempo e esforço, o que ainda exigia intervenção humana.

Na WAIC, a Baidu também anunciou que recebeu uma licença para operar robotaxis totalmente autônomos em partes do enorme distrito de Pudong, a primeira incursão do serviço no centro de Xangai.

"Quando se trata do desenvolvimento de IA da China, temos uma base de dados relativamente boa e também uma riqueza de cenários de aplicação", disse Yang, da Transwarp.