DRAMATURGO ASSEGURA QUE É POSSÍVEL VIVER DO TEATRO EM ANGOLA
O dramaturgo e encenador do grupo teatral Enkaylo, Domingos Papasseco, assegurou que, em Angola, já é possível viver da arte de representar.
O também fundador do grupo, localizado no município de Viana, sublinhou que, para se viver do teatro, é fundamental que os seus fazedores invistam em formações académicas ou em cursos profissionais ligados ao sector, de forma a adquirirem conhecimentos que lhes permitam trilhar diferentes caminhos nesta área.
Segundo o actor, o artista não pode ser estático, deve procurar mecanismos para vender a sua arte para garantir o seu sustento.
“Temos pouquíssimas salas de teatro, e as disponíveis nem todos conseguem utilizar devido ao custo, à falta de abertura por parte dos responsáveis destes recintos. Muitas vezes temos de improvisar, pois nem sempre são espaços adequados. O Ministério da Cultura precisa apoiar mais”, apelou.
O dramaturgo reconheceu que algumas empresas apoiam grupos teatrais, mas “não como deveria ser”, frisando que, na maioria dos casos, o apoio chega através de contactos pessoais.
“A sociedade em geral deve apoiar a arte de representar, porque é por meio dela que muitos jovens abandonam o mundo da prostituição e da delinquência. O teatro tem a capacidade e a responsabilidade de transformar vidas”, afirmou o também professor.
Sobre a polémica em torno de certas interpretações relacionadas ao conhecido beijo técnico, elucidou:
“O beijo é técnico porque é feito dentro da arte.”
Por fim, incentivou os jovens fazedores de teatro a serem persistentes e a não desistirem dos seus sonhos.