TCUL: GREVE SUSPENSA ENQUANTO TRABALHADORES ESPERAM PELO CUMPRIMENTO DE ACORDOS
O Bureau Sindical da TCUL anunciou, nesta terça-feira, 15 de Julho, a suspensão da greve dos trabalhadores, que estava prevista para ter início esta quarta-feira, 16, na sequência de uma reunião com o ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu e com a Comissão Negociadora da empresa.

O secretário para Organização, Administração e Finanças do Bureau Sindical da TCUL, Mateus Francisco, garantiu que foi alcançado um entendimento entre as partes, esperando que as promessas sejam cumpridas no prazo acordado.
“Ficou a garantia do senhor ministro. Temos a plena certeza de que ele vai resolver estes problemas e que vamos ultrapassar estas situações”, declarou o sindicalista, embora tenha admitido que paira ainda o benefício da dúvida.
De recordar que os trabalhadores da Empresa de Transportes Colectivos Urbanos de Luanda (TCUL) têm manifestado descontentamento face aos constantes atrasos salariais, com destaque para os vencimentos dos meses de Junho e Julho e subsídios que, segundo os funcionários, não são pagos desde Janeiro.
De acordo com o Bureau Sindical, o salário de Junho será pago até ao 25 de Julho, fruto do acordado alcançado e o salário de Julho deverá ser regularizado até 15 de Agosto. O subsídio de férias referente ao mês de Julho, também em atraso, está previsto para ser pago esta quarta-feira, 16 de Julho.
Durante a reunião com o ministro, que contou com a presença de representantes do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Afins de Luanda (STTRAL), da Agência Nacional dos Transportes Terrestres e do Conselho de Administração da TCUL, foi feito um balanço da situação interna da empresa e traçados compromissos para a sua resolução.
Apesar do anúncio da suspensão da paralisação, nem todos os trabalhadores se mostraram convencidos. Um dos funcionários, que preferiu manter o anonimato, em declarações ao Portal Ponto de Situação, manifestou surpresa e descontentamento com o comunicado do Sindicato divulgado nas redes sociais.
“Nós saímos de férias sem subsídios. Eu não acredito que este mês teremos o que prometeram”, lamentou o funcionário, mergulhado num clima de incerteza e desconfiança.
Para o mesmo, a decisão de última hora foi mais uma “manobra para abafar a greve”, acusando a entidade patronal de tentar desmobilizar os trabalhadores sem garantias reais.
O secretário Mateus Francisco lançou, por sua vez, um apelo aos colegas, com objectivo de regressarem imediatamente ao trabalho, com o propósito de cumprir o dever profissional e contribuir para o desenvolvimento da empresa.
“O que nos resta neste momento é regressar ao trabalho e dar o nosso melhor, enquanto acompanhamos o cumprimento dos compromissos assumidos”, acresceu.
Recordar que o ministro dos Transportes esteve reunido esta terça-feira, 15 de Julho, com os representantes do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Afins de Luanda (STTRAL), do seu Bureau Sindical na TCUL – S.A., da Comissão Negociadora, quadros da Agência Nacional dos Transportes Terrestres e do Conselho de Administração da TCUL, onde analisou-se a situação interna desta empresa pública.
“Um entendimento com os trabalhadores, que inclui o pagamento do subsídio de férias até 16 de Julho, do salário de Junho com o aumento acordado com o Conselho de Administração até 25 de Julho, e do salário de Julho, também com o novo valor, até 15 de Agosto”, lê-se no comunicado produzido pelo Ministério dos Transportes no final do encontro.
O ambiente entre os trabalhadores permanece cauteloso, numa fase em que a confiança institucional parece abalada. A TCUL vive, assim, mais um episódio de negociações, num cenário marcado por reivindicações laborais e dificuldades operacionais.
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