ACTIVISTA ACUSA AUTORIDADES DE COLOCAREM OSVALDO CAHOLO NUMA CELA PARA DOENTES MENTAIS
O activista Markus Kassambele denunciou, esta segunda-feira, 6 de Outubro, que o também activista Osvaldo Caholo se encontra na cadeia de Calomboloca, numa cela destinada a doentes mentais, onde enfrenta uma fase considerada como caótica.
O também jurista explicou que o horário de visitas decorre das 9h00 às 14h00, mas que apenas são permitidas visitas com duração de 5 a 15 minutos, o que, contraria o regulamento daquela instituição. “Sobretudo agora, só é permitida a visita de pessoas específicas, como a mãe, a esposa e os irmãos. Amigos não são permitidos”, lamentou.
“Chegámos à comarca por volta das 9h00, amigos e pessoas do movimento revolucionário. Mandaram-nos esperar pelos agentes de inteligência, porque só eles podiam autorizar a nossa entrada, segundo os próprios agentes prisionais”, relatou Markus Kassambele.
De acordo com o activista, por volta das 14h00 já no final do horário de visitas , os efectivos dos Serviços Prisionais, informaram que estava proibida a entrada de visitantes, alegando ordens superiores. “Fomos impedidos de visitar o nosso irmão Osvaldo Caholo”, contou.

Na imagem: activista Markus Kassambele
O entrevistado, em declarações ao Ponto de Situação, revelou ainda que Osvaldo Caholo foi colocado numa cela destinada a pessoas com problemas mentais e homossexuais. “O Osvaldo não padece de nenhum desses problemas”, frisou.
O activista recordou que Osvaldo Caholo está preso há quase três meses, encontrando-se doente e com dificuldades em receber assistência médica. “Há momentos em que o mano se atira ao chão a gemer de dor, mas, infelizmente, ninguém lhe presta atenção”, denunciou.
“Os presos também precisam ver os seus direitos respeitados. A privação da liberdade não retira o direito à saúde, à dignidade da pessoa humana e aos demais direitos consagrados na Constituição da República de Angola”, desabafou Markus Kassambele.
De recordar que o Serviço de Investigação Criminal (SIC) confirmou, no preterido sábado, 19 de Julho, a detenção do activista Osvaldo Caholo, sob suspeita de envolvimento num alegado crime de rebelião.
Com 36 anos de idade, o activista é acusado de “instigação pública ao crime e apologia pública de crime, consubstanciadas na realização de uma transmissão em directo (‘live’) durante a qual proferiu ameaças graves contra a integridade de oficiais generais, comissários e outras entidades”, segundo o comunicado do SIC, que este portal teve acesso.
O SIC esclareceu naquela altura, que vai agir sempre que um cidadão utilizar as redes sociais para passar uma mensagem que incite à violência.
Recorde-se que Osvaldo Caholo foi o único militar envolvido no mediático caso 15+2, um grupo de activistas condenados em 2016 por actos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores, a penas que variaram entre dois anos e três meses e oito anos e seis meses de prisão efectiva.











































