MANIFESTANTES QUEIMAM ESPOSA DO EX-PRIMEIRO-MINISTRO DO NEPAL

Populares em protesto contra as acções do Governo no Nepal queimaram, nesta terça-feira, 9 de Setembro, a esposa do ex-primeiro-ministro, Jhalanath Khanal, na sua residência. A vítima, Rabi Laxmi Chitrakar, não resistiu aos graves ferimentos e acabou por morrer no hospital.

O ataque ocorreu no bairro de Dallu, em Katmandu, quando a esposa do antigo governante foi surpreendida por um grupo de jovens manifestantes, sem possibilidade de escapar às chamas. 

Com esta morte, o número oficial de vítimas mortais sobe para 25, de acordo com dados divulgados pelo Governo nepalês.

Até ao momento, não existem informações sobre o paradeiro ou estado de saúde de Jhalanath Khanal, de 75 anos.

Outras figuras ligadas ao Executivo também foram alvo da violência. O ministro das Finanças, Bishnu Prasad Paudel, de 65 anos, foi perseguido e espancado em plena via pública.

A onda de protestos, registada em várias cidades, já levou à demissão do primeiro-ministro Sharma Oli, que será substituído nos próximos dias.

Entre as principais reivindicações dos manifestantes estão o fim do bloqueio das plataformas digitais, a denúncia do aumento da corrupção e a exigência de medidas concretas para combater a má governação.

O executivo justificou o bloqueio das redes sociais com a necessidade de travar abusos online, como perfis falsos, discursos de ódio, desinformação e fraudes digitais. Porém, a população considera a medida um atentado à liberdade de expressão, num país onde 90% da população tem acesso à internet.

Sob o lema “Bloqueiem a corrupção, não as redes sociais”, jovens e estudantes lideram a contestação, que rapidamente se alastrou para além da capital, transformando-se na mais grave crise política no Nepal desde a queda da monarquia, em 2008.

 AUMENTO DA REVOLTA POPULAR NO NEPAL: CORTE E CASAS DE MINISTROS EM CHAMAS