NA NIGÉRIA: COM AMEAÇAS DE GRUPOS MUÇULMANOS CHEGAM RELATOS DE PADRES A CELEBRAR MISSAS ARMADOS

Em meio a vilas destruídas, ataques jihadistas e massacres que raramente ganham espaço na mídia internacional, chegam relatos de  padres que  passaram a celebrar missas com armas em punho. A missão, antes espiritual, agora inclui um instinto básico: sobreviver.

Ainda, chegam informações, que diante deste clima de medo e de mortes constantes de cristãos, os sacerdotes que, além de guiar espiritualmente suas comunidades, actuam como enfermeiros, educadores e protetores. Em alguns bairros, sem essa presença armada, a paróquia deixaria de existir. Uma situação que surgiu em resposta à crescente violência e sequestros de clérigos e fiéis no país.

Este país africano, está a ser  considerado um dos lugares mais perigosos do mundo para quem professa o cristianismo. Relatórios internacionais relatam milhares de assassinatos nos últimos anos, além de igrejas queimadas, sequestros e deslocamentos forçados.

Sem presumível protecção do Estado, líderes religiosos decidiram reagir. Não por desejo de conflito, mas por sobrevivência. Em muitas aldeias, o padre é também o único ponto de referência espiritual, moral e, agora, de segurança.

Nas regiões mais atingidas, o culto dominical só acontece porque voluntários e fiéis participam em vigílias armados. Padres que antes carregavam apenas a Bíblia, hoje levam também um rifle nas costas.

Embora alguns padres tenham adoptado essa medida e tenham sido fotografados ou filmados armados durante as celebrações, a questão é controversa. Outros clérigos enfatizam que a principal "arma" de um homem de fé deve ser a oração e a confiança em Deus, e que a violência deve ser combatida de outras formas.

A Nigéria enfrenta uma grave crise de segurança, com ataques frequentes a comunidades cristãs, incluindo massacres em igrejas e sequestros de padres e religiosas por grupos armados, como milícias Fulani e outros.

Em resposta a essa situação perigosa, a Associação dos Sacerdotes Católicos Diocesanos da Nigéria (DCPAN), segundo informações, chegou a convocar os membros, incluindo padres, a portarem armas de fogo para autodefesa, como uma medida desesperada para protegerem a si mesmos e aos seus fiéis.

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