PARALISAÇÃO DOS TAXISTAS: SOCIEDADE CÍVIL CONDENA MORTES E LAMENTA ACTUAÇÃO POLICIAL
A Comissão Episcopal de Justiça e Paz e Integridade da Criação, a Pro Bono Angola, a Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD) e a Friends of Angola (FoA) expressaram, esta terça-feira, 5 de Agosto, a sua indignação perante a actuação da Polícia Nacional durante a paralisação dos taxistas, lamentando as mortes ocorridas nesse contexto.

Em conferência de imprensa, o padre Celestino Epalanga considerou a vida humana como inviolável, sublinhando que os agentes da Polícia Nacional estiveram envolvidos em mortes durante os protestos, principalmente em Luanda.
O sacerdote apelou a necessidade de se pôr fim as mortes causadas por agentes da polícia, durante as manifestações de cidadãos que garante estarem nas ruas com objectivo somente de reivindicarem os seus direitos.
O líder religioso lamentou que a repressão tenha atingido níveis de brutalidade extremos.
‘‘A vida é um bem, e as pessoas revestidas de poder político não têm o direito de retirá-la a quem quer que seja, por saquear comida’’, declarou o Padre.
o padre Celestino Epalanga denunciou ainda o assassinato de uma mulher indefesa, durante os protestos em Malange, onde, oito pessoas terão sido mortas, sendo seis a tiro, uma atropelada por uma viatura da polícia e outra linchada com pedras.
O sacerdote referiu ser inadmissível, num Estado democrático, a vandalização de património público e privado.
O padre Epalanga frisou que existem métodos não letais de controlo de multidões e questionou por que razão, em manifestações anteriores, os agentes da autoridade não usaram força letal.
Sublinhou que o diálogo deveria ser a via prioritária e instou o Executivo a ouvir os manifestantes e perceber o que os leva a estas acções.