PRESIDENTE SUL AFRICANO AFIRMA QUE BOICOTE DOS EUA AO G20 É ‘PERDA PARA ELES’

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, afirmou na quarta-feira, 12, que o boicote dos Estados Unidos da América à cúpula do G20 na África do Sul, no final do mês de Novembro, não impedirá a realização do encontro das principais economias do mundo, e que será ‘uma perda para eles’.

Ramaphosa enfatizou que a ausência dos EUA não impedirá o andamento do evento, que reunirá líderes de 19 países das economias mais ricas e em desenvolvimento do mundo, além da União Europeia e da União Africana.

As tensões entre os dois países aumentaram devido a alegações de Trump sobre a suposta perseguição de agricultores brancos na África do Sul, que ele classificou como “genocídio”.

A África do Sul rejeita veementemente essas afirmações, que considera como desinformação. Ramaphosa, em suas declarações, ressaltou que os EUA precisam reconsiderar se a política de boicote é eficaz, afirmando que, em sua experiência, tal abordagem não funciona.

Além das alegações sobre a situação interna, Trump também criticou a África do Sul por sua posição em relação a Israel e a Palestina. O país africano tem buscado responsabilizar Israel por suas acções em Gaza, o que gerou reações adversas de Trump.

Na coletiva de imprensa, Ramaphosa destacou que a África do Sul continua comprometida em buscar justiça no caso contra Israel, que foi protocolado no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) em 2023.

Ramaphosa enfatizou que a ausência dos EUA no G20 não diminui a relevância do encontro. “O G20 irá acontecer, e outras lideranças estarão presentes para tomar decisões fundamentais sobre questões globais”, comentou. O presidente também lamentou que os EUA, ao se ausentarem, estão abrindo mão de um papel importante que deveriam desempenhar como a maior economia do mundo.

Relações deterioradas

As relações entre os EUA e a África do Sul estão em seu ponto mais baixo desde o fim do apartheid em 1994. Recentemente, Washington expulsou o embaixador sul-africano em resposta a comentários feitos por ele sobre Trump. A situação actual reflete um distanciamento considerável entre os dois países, que historicamente tiveram laços estreitos.