VENÂNCIO MONDLANE CONFIRMA PRESENÇA NA PGR DE MOÇAMBIQUE
Após cumprir uma série de actividades no exterior do país, o político moçambicano Venâncio Mondlane chegou, nesta segunda-feira, 21 de Julho, a Moçambique e confirmou que irá responder à convocatória da Procuradoria-Geral da República (PGR), em Maputo, marcada para esta terça-feira, 22.
Segundo o documento oficial, a convocatória tem como finalidade dar a conhecer ao político e ao seu advogado as respostas aos requerimentos por si apresentados.
“Isto fará parte, certamente, do percurso, dos pedregulhos e das barreiras que terei de enfrentar pela luta e pela missão que decidi carregar. Tudo isto tem um preço. Há missões cujo preço é perder o salário; outras, o emprego; outras ainda, o dinheiro. A minha missão está muito acima disso. É uma cruz que tenho de carregar”, confessou.
O político garante ter perdido a conta ao número de requerimentos remetidos à Procuradoria-Geral da República desde 2023, mas reforça que está preparado para enfrentar qualquer cenário. Sublinha ainda que nenhuma notificação o inquieta e reafirma o compromisso com a causa política que defende há vários anos.
Recorde-se que, na sexta-feira, 27 de Junho, pelas 9h00, Mondlane esteve igualmente nas instalações da PGR para responder a uma anterior notificação, a qual não indicava causas concretas, limitando-se a referir que o político deveria prestar “esclarecimentos adicionais”.
“Seja o visado advertido de que a falta de comparência injustificada o fará incorrer no pagamento de multa que poderá variar entre 1 a 5 salários mínimos, sem prejuízo de vir a ser ordenada a sua detenção”, referia o documento da Procuradoria da República da Cidade de Maputo.
Na data referida, Venâncio Mondlane compareceu como solicitado. No final da audiência, acusou a Procuradoria-Geral da República de procurar responsabilizá-lo pela totalidade da crise pós-eleitoral, sublinhando existir uma vontade “muito ardente” de olhar para as manifestações ocorridas no período pós-eleitoral de forma unilateral.
“É uma tentativa desesperada de reunir provas a propósito e a despropósito para tentar gravitar toda a questão da crise pós-eleitoral em torno do Venâncio, quando sabemos que esta é uma questão multifacetada, que envolve órgãos de justiça e instituições eleitorais”, declarou na ocasião.
Ainda a 10 de Março deste ano, Mondlane esteve na Procuradoria-Geral da República, onde prestou declarações no âmbito de um processo-crime instaurado por alegado incitamento à desobediência colectiva, relacionado com manifestações consideradas ilegais convocadas pelo próprio político.
Importa referir que Venâncio Mondlane foi um dos candidatos às últimas eleições presidenciais em Moçambique, cujo resultado, contestado, culminou com a vitória de Daniel Chapo.