17 PESSOAS MORRERAM EM CONSEQUÊNCIA DO DESCARRILAMENTO DO ELEVADOR DA GLÓRIA
O Elevador da Glória, em Lisboa, descarrilou na tarde de quarta-feira, 3 de Setembro, provocando, até ao momento, 17 mortos e vários feridos.
De acordo com uma actualização da Polícia Judiciária, feita à meia-noite e meia, o número de feridos subiu para 23. Este balanço poderá ainda ser actualizado nas próximas horas.
Segundo o INEM, os feridos graves num total de cinco, foram encaminhados para os Hospitais de São José, Santa Maria e São Francisco Xavier. Já os feridos ligeiros foram reencaminhados para os Hospitais de Cascais e Amadora-Sintra, entre os quais uma criança.
Alerta dado pelas 18h08
Os bombeiros acorreram ao local e procederam a operações de desencarceramento.
“O eléctrico descarrilou e embateu contra um prédio”, afirmou o comandante dos Bombeiros Sapadores de Lisboa. Foi estabelecido um perímetro de segurança.
Este meio de transporte faz a ligação entre a Avenida da Liberdade/Restauradores e a Rua de S. Pedro de Alcântara (Príncipe Real) e é, actualmente, o ascensor mais movimentado da cidade.
Em comunicado, a CARRIS, empresa proprietária do elevador, garantiu que “foram realizados e respeitados todos os protocolos de manutenção, nomeadamente a manutenção geral, que ocorre a cada quatro anos, a última em 2022, a reparação intercalar, concretizada de dois em dois anos, a última em 2024, e que têm sido escrupulosamente cumpridos os programas de manutenção mensal, semanal e a inspecção diária”.
Em declarações aos jornalistas, Pedro de Brito Bogas, presidente do Conselho de Administração da Carris, assegurou que as “inspecções diárias” também são cumpridas.
Questionado sobre as declarações de Manuel Leal, dirigente sindical da Fectrans e do STRUP, que denunciara que os trabalhadores da Carris têm vindo a alertar para a necessidade de reforço da manutenção dos elevadores, Pedro Bogas afastou a questão.
“Nem sabemos se foi problema de manutenção, não vou alimentar isso”.
O presidente confirmou ainda que a manutenção está, há vários anos, a cargo de uma empresa externa.
“A Carris preza muito a segurança, tem profissionais excelentes e temos que perceber o que se passou aqui”, rematou.
Foi já aberto um inquérito, em conjunto com as autoridades, para apurar as causas do acidente.
Luto Nacional
O Governo decretou um dia de luto nacional pela tragédia. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, cancelou a agenda prevista para amanhã, com excepção da videoconferência no encontro de líderes da Coligação de Boa Vontade, sobre a Ucrânia, e da reunião do Conselho de Ministros.
Luís Montenegro afirmou estar a acompanhar de perto os trabalhos e a resposta coordenada de todas as autoridades envolvidas.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, expressou de imediato condolências. Numa nota publicada no site da Presidência, o Chefe de Estado “lamenta profundamente o acidente ocorrido esta tarde com o elevador (funicular) da Glória, em Lisboa, em particular as vítimas mortais e os feridos graves, bem como os vários feridos ligeiros”.
Marcelo Rebelo de Sousa apresentou o seu pesar e solidariedade às famílias afectadas por esta tragédia e afirmou esperar que a ocorrência seja rapidamente esclarecida pelas entidades competentes.
A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, usou a rede social X para manifestar solidariedade às famílias das vítimas.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também declarou “profunda tristeza pelas notícias do descarrilamento do funicular da Glória em Lisboa”. Recorde-se que Guterres foi primeiro-ministro de Portugal entre 1995 e 2002.
O Elevador da Glória é um meio de transporte histórico de Lisboa que circula a uma velocidade reduzida, subindo e descendo a Calçada da Glória, num percurso curto. Tem capacidade para 40 passageiros e transporta, em média, mais de três milhões de pessoas por ano.