CONDENADOS 11 MEMBROS DA MESMA FAMÍLIA POR FRAUDES BILIONÁRIAS
Um tribunal da China condenou 11 integrantes da chamada família Ming à pena de morte, após considerar o grupo culpado por fraudes bilionárias, assassinatos e tráfico de pessoas ligados a operações criminosas no norte de Mianmar.
De acordo com o Tribunal Popular Intermediário de Wenzhou, na província de Zhejiang, os réus integravam uma rede criminosa que, desde 2015, aplicava golpes digitais em estrangeiros a partir da região de Kokang, na fronteira entre China e Mianmar.
As actividades, que chegaram a reunir até 10 mil pessoas, também envolviam exploração de cassinos, tráfico de drogas e prostituição organizada.
A Justiça chinesa considerou a família Ming culpada de 14 crimes, incluindo homicídio doloso, fraude e lesão corporal intencional.
Segundo as autoridades, ao menos 14 cidadãos chineses morreram em consequência directa das operações e outros seis ficaram feridos. Em alguns casos, trabalhadores traficados eram assassinados para impedir fugas.
Em Outubro de 2023, por exemplo, quatro pessoas foram mortas em um tiroteio dentro de um dos complexos de fraudes cibernéticas administrados pelo grupo. Além dos 11 condenados à morte, outros cinco receberam penas de morte suspensas por dois anos, modalidade que pode ser convertida em prisão perpétua caso haja bom comportamento. Outros 12 membros receberam penas entre cinco e 24 anos de prisão, além de multas e confisco de bens.
O líder do clã, Ming Xuechang, que chegou a ocupar cargo no parlamento estadual de Mianmar, tirou a própria vida sob custódia. O filho, Ming Guoping, chefe da Força de Guarda de Fronteira de Kokang, bem como a filha e a neta, também foram presos.
A emissora estatal CCTV informou que o dinheiro ilícito movimentado pelo grupo transformou Laukkaing, capital de Kokang, em um polo de cassinos e fraudes digitais. Estima-se que a família Ming tenha lucrado mais de 10 bilhões de yuans (cerca de 7,4 bilhões de dólares).
Segundo o Instituto dos Estados Unidos para a Paz, golpes semelhantes aplicados por sindicatos criminosos do Sudeste Asiático resultam em perdas superiores a 43 bilhões de dólares anuais.
As investigações contra a família Ming ganharam força em 2023, quando autoridades chinesas emitiram mandados de prisão e recompensas pela captura dos envolvidos. Desde então, operações conjuntas entre China e Mianmar já prenderam dezenas de suspeitos e repatriaram mais de 53 mil pessoas, incluindo vítimas de tráfico e participantes dos golpes.
O Ministério da Segurança Pública da China afirma que, nos últimos anos, mais de 2 mil centros de fraude no exterior foram desmantelados em acções conjuntas, resultando na prisão de cerca de 80 mil suspeitos.



















































