TRIBUNAL RUSSO CONDENA JOVEM COM PARALISIA CEREBRAL POR TER ENVIADO 33 EUROS A UM CIDADÃO UCRANIANO

Com 21 anos, Andrei Glukhov, portador de paralisia cerebral, foi condenado a 12 anos de prisão por um tribunal russo, após a polícia ter descoberto que transferiu 33 euros para um cidadão ucraniano na região de Volgogrado.

TRIBUNAL RUSSO CONDENA JOVEM COM PARALISIA CEREBRAL POR TER ENVIADO 33 EUROS A UM CIDADÃO UCRANIANO
TRIBUNAL RUSSO CONDENA JOVEM COM PARALISIA CEREBRAL POR TER ENVIADO 33 EUROS A UM CIDADÃO UCRANIANO

Segundo informações divulgadas pelo órgão independente Mediazona, o tribunal russo condenou o jovem por alta traição, pelo facto de ter enviado 3.000 rublos (cerca de 33 euros). O acto ocorreu na região de Volgogrado, em Outubro de 2024. No mês seguinte, a polícia apareceu em casa da família para inspecionar o equipamento informático e interrogar o jovem.

  Andrei Glukhov foi detido em Volgogrado, em 2024. De acordo com Eduard Glukhov, pai do jovem, “pouco depois do início da guerra na Ucrânia, em 2022, Andrei, um estudante de 21 anos, conheceu através da Internet um cidadão ucraniano, a quem enviou 3.000 rublos.

“O meu filho diz que lhe transferiu dinheiro duas vezes, 1.500 rublos de cada vez”, disse Eduard Glukhov ao Mediazona do grupo russo de Rock Pussy Riot.

 O pai do jovem afirmou que o filho “passava a maior parte do tempo em casa”, devido à paralisia cerebral, que lhe afecta o lado direito do corpo, sobretudo o braço e a perna.

Revela ainda que o jovem colaborou activamente na investigação e “admitiu a culpa”, segundo a agência de notícias espanhola EFE.

De forma idêntica, um tribunal do enclave de Kaliningrado condenou Igor Kursakov a 14 anos de prisão por alta traição, acusado de preparar uma incursão terrorista contra uma unidade militar.

Foi também considerado culpado pelo fabrico e armazenamento ilegal de explosivos, o que aumentou a pena de prisão para 19 anos. Kursakov foi detido em Agosto de 2022, e a investigação estabeleceu ligações entre ele e os serviços secretos ucranianos.

Contudo não é a primeira vez que um “crime de alta traição é aplicado por envio de dinheiro”.

 Um caso semelhante ocorreu com Ksenia Karelina, que também foi condenada a 12 anos de prisão por ter enviado 47 euros a uma fundação de apoio à Ucrânia.