FIOCRUZ APOIA ANGOLA NA FORMAÇÃO DE 38 MIL PROFISSIONAIS DE SAÚDE
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Brasil, vai apoiar Angola na formação de 38 mil profissionais de saúde em diferentes especialidades, no âmbito de um projecto de capacitação destinado a reforçar o Sistema Nacional de Saúde em todas as 21 províncias do país.

A reunião técnica que consolidou os próximos passos do projecto decorreu nesta terça-feira, 7 de Outubro, nas futuras instalações do novo edifício do Ministério da Saúde, em Luanda, e contou com a presença do gestor técnico do projecto, Dr. Job Monteiro, bem como dos representantes da Fiocruz e da sua entidade gestora, a Fiotec.
De acordo com a Unidade de Implementação do Projecto de Formação dos Recursos Humanos em Saúde (UIP-PFRHS), afecto ao Ministério da Saúde, o plano já beneficia 11.075 profissionais do sector, dos quais 57 por cento são mulheres, o que reflecte o compromisso com a equidade de género e o fortalecimento da capacidade técnica nacional.
Está previsto que 80 por cento das acções formativas decorram em Angola, assegurando a descentralização e o acesso equitativo em todas as províncias, enquanto os restantes 20 por cento terão lugar no exterior, com destaque para o Brasil, no quadro da cooperação com a Fiocruz.
“Estamos comprometidos com a missão de especializar quadros em áreas críticas como saúde pública, neurologia e infecciologia. A cooperação com a Fiocruz e a Fiotec é estratégica, pois permitirá formar turmas locais com certificações internacionais ajustadas às necessidades do país”, afirmou o Dr. Job Monteiro.
A delegação angolana presente no encontro foi composta pelo Consultor de Formação, Dr. Adão Chimuanji; pela Especialista de Comunicação; pela Assistente de Aquisição e Administração, Karen dos Santos; pela Assistente de Formação, Dra. Maria Rosa; e pelo Assistente de Dados, Wilson Tati. Por parte do Brasil, participaram técnicos da Fiocruz e da Fiotec, nomeadamente Cláudia Santos Turco, Érica Castro, Benesse Lite, Diana Dime e Deman Capossi.
Durante a reunião, foram reafirmadas as parcerias activas entre Angola e o Brasil no domínio da cooperação técnica internacional, com destaque para o Projecto “Valorização da Vida Materna, Infantil e Fetal”, desenvolvido em colaboração com a Fiocruz, a Fiotec, o UNFPA, os Ministérios da Saúde de Angola e do Brasil e a Ordem dos Médicos de Angola, bem como para o Projecto de Actualização do Mapa Entomológico de Angola (REDISSE IV), que envolve igualmente a Fiocruz e o Ministério da Saúde do Brasil.
Além das iniciativas em curso, discutiram-se novas propostas formativas em áreas ainda carentes no país, como cuidados materno-infantis, neurologia pediátrica e infecciologia. A Fiocruz confirmou a disponibilização de vagas para mestrados e especializações no Brasil, com início entre 2025 e 2026, nomeadamente em Saúde Pública, Patologia Humana, Vigilância e Controlo de Vectores, e Epidemiologia Molecular e Medicina Investigativa. A instituição brasileira informou que está preparada para formar turmas de até 30 profissionais por edição, em regime presencial ou misto, garantindo qualidade e proximidade no processo formativo.
“Esta parceria é um exemplo de cooperação internacional que gera resultados concretos e contribui significativamente para o fortalecimento dos sistemas de saúde dos nossos países”, afirmou Érica Castro, representante da Fiocruz durante o encontro.
Por sua vez, a Ministra da Saúde, Dra. Sílvia Lutucuta, destacou a importância de investir no capital humano do sector, considerando a formação e a valorização profissional como pilares da soberania sanitária nacional.
“O nosso compromisso é com a valorização do conhecimento, da especialização e da saúde pública como prioridade de soberania nacional”, afirmou.
O Ministério da Saúde reafirmou o seu empenho em desenvolver acções estratégicas de formação de qualidade, certificada e descentralizada, com impacto directo na melhoria dos serviços prestados à população.
A cooperação entre Angola e a Fiocruz consolida-se, assim, como uma das mais sólidas pontes de conhecimento no espaço lusófono, projectando Angola para um futuro em que a ciência e a saúde caminham lado a lado.