BRASIL INAUGURA MAIOR BIOFÁBRICA DO MUNDO PARA COMBATE À DENGUE

O Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), em parceria com o World Mosquito Program (WMP), inaugurou no sábado, 19 de Julho, a maior biofábrica do mundo dedicada à criação do mosquito Aedes aegypti inoculado com a bactéria Wolbachia, uma tecnologia que inibe o desenvolvimento do vírus da dengue, da zika e da chikungunya.

BRASIL INAUGURA MAIOR BIOFÁBRICA DO MUNDO PARA COMBATE À DENGUE
Maior biofábrica do mundo inaugurada no brasil

Localizada em Curitiba, no estado do Paraná, a unidade baptizada de Wolbito do Brasil ocupa uma área superior a 3.500 metros quadrados, está equipada com tecnologia de ponta e tem capacidade para produzir até 100 milhões de ovos por semana. A estimativa é que, com a expansão da iniciativa, mais de 14 milhões de pessoas sejam protegidas das arboviroses no país.

“Ao longo de mais de uma década, este método reuniu evidências científicas robustas e consolidou-se como um grande aliado no combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. O nosso objectivo é reduzir significativamente os casos de arboviroses no Brasil. Em dez anos, esperamos beneficiar mais de metade da população brasileira”, afirmou Luciano Moreira, CEO da Wolbito do Brasil.

Como funciona o método Wolbachia?

A bactéria Wolbachia, naturalmente presente em cerca de 60% dos insectos (como borboletas, libélulas e moscas), não ocorre no Aedes aegypti. Desenvolvido em 2008 pela Universidade de Monash, na Austrália, o método consiste em inocular esta bactéria nos mosquitos.

A presença da Wolbachia diminui drasticamente a capacidade de os vírus se desenvolverem e serem transmitidos aos humanos durante a picada.

Os mosquitos infectados são então libertados no meio ambiente, onde se reproduzem com os Aedes aegypti locais, criando uma nova população com baixa carga viral. Importa referir que a bactéria não é transmissível a humanos ou outros mamíferos, sendo considerada segura pelas autoridades sanitárias.

Resultados comprovados

Desde 2012, o método tem sido testado no Brasil e já foi implementado em várias cidades como Niterói, Rio de Janeiro, Campo Grande, Petrolina, Joinville, Foz do Iguaçu, Londrina e Belo Horizonte, onde foi inaugurada outra unidade de produção em Abril de 2024.

As cidades que deverão receber em breve os mosquitos da nova biofábrica incluem Brasília, Valparaíso de Goiás, Luziânia, Joinville, Balneário Camboriú e Blumenau, seguindo os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Segundo dados oficiais, nas zonas onde o método foi adoptado, registou-se uma redução de 69,4% dos casos de dengue, 56,3% dos de chikungunya e 37% dos de zika.

LEIA TAMBÉM: PEDRO GONÇALVES DIVULGA CONVOCADOS PARA A OPERAÇÃO CHAN