MAIS DE 30 PAÍSES CONTRA TEXTO FINAL DA COP30 QUE DEIXA DE FORA O MAPA DO CAMINHO DE TRANSIÇÃO DOS COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS
Mais de 30 países pressionaram a presidência da COP30 nesta quinta-feira,20, ao afirmar que não apoiarão um texto final da Cúpula que deixe de fora um mapa do caminho de transição global para longe dos combustíveis fósseis.
Mais de 30 países pressionaram a presidência da COP30 nesta quinta-feira,20, ao afirmar que não apoiarão um texto final da Cúpula que deixe de fora um mapa do caminho de transição global para longe dos combustíveis fósseis.
O mapa do caminho ou roadmap (em inglês) é o conceito usado para falar de planos de acção que estabelecem etapas e metas para um determinado objectivo.
Na COP 30, há um impasse no avanço do "mapa do caminho" para eliminar combustíveis fósseis, devido ao bloqueio de países dependentes de petróleo, como Arábia Saudita e Índia. O grupo LMDC, incluindo China e outros países, resiste à menção do tema. Enquanto isso, a ONU reforça a necessidade urgente dessa transição.
As delegações enviaram uma carta conjunta pedindo que o tema permaneça no rascunho político da conferência.
A cobrança surgiu após circular entre diplomatas que uma nova versão do texto poderia retirar a proposta de iniciar a construção desse mapa, prevista no primeiro rascunho do tema divulgado na última terça-feira, 18.
O movimento ocorre em meio à resistência de grandes produtores e consumidores de petróleo, gás e carvão.
Na carta, países como Colômbia, França, Reino Unido, Alemanha e outros afirmam que “não podem apoiar um resultado que não inclua um mapa do caminho justo, ordenado e equitativo para deixar os combustíveis fósseis para trás”.
O grupo reúne nações da Europa, América Latina, Ásia e ilhas do Pacífico, muitas delas entre as mais activas na defesa do avanço da transição energética.
Segundo negociadores, algumas delegações chegaram a cogitar abandonar as conversas caso o mapa do caminho fosse excluído.
A discussão sobre combustíveis fósseis se tornou o ponto central da COP30. O desfecho dependerá de como o mapa do caminho será tratado no texto final, que ainda está em negociação e deve avançar ao longo desta sexta-feira, 21, ou para o fim de semana.
Como os mapas do caminho pode aparecer na COP?

A inclusão do tema depende do consenso entre os países participantes.
Desde a COP 28 em Dubai, no ano de 2023, os países concordaram que é preciso fazer uma "transição para longe dos combustíveis fósseis".
No termo em inglês, o texto final cita "transitioning away from fossil fuels", sem detalhar como e quando isso será feito. A COP 29, no Azerbaijão, não apresentou avanços concretos nesta direcção.
E é justamente neste ponto que as expectativas sobem em relação à COP30, já que os anos recentes foram fartos em dados apontando o aumento dos eventos extremos.
Os números também mostram que são remotas as chances de alcançar a meta de conter o aquecimento global a 1,5°C em relação à era pré-industrial.
E o consenso científico aponta que é preciso frear a emissão de gases de efeito estufa para limitar os efeitos da crise climática.
Também na última terça, um grupo de cerca de 80 países defendeu a importância da adoção de um mapa do caminho para o fim do uso dos combustíveis fósseis.
A defesa de um mapa do caminho foi realizada em entrevista colectiva em um dos auditórios da COP30 e foi convocada pela Dinamarca.
Entre os participantes que declararam apoio à iniciativa estavam ministros da Colômbia, do Quênia, do Reino Unido, de Serra Leoa, entre outros.
"A urgência da crise climática não permite desaceleração. A ciência é clara e os impactos são diários e muito caros, particularmente para o sul global", disse a ministra do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Colômbia, Irene Vélez Torres.
"Hoje, as pessoas ao redor do mundo estão mobilizando, em uma escala massiva, demandando acção concreta para a justiça climática, particularmente contra a expansão de fronteiras de combustíveis fósseis", acrescentou.
Na colectiva, a delegação alemã também disse que praticamente toda a Europa apoia a iniciativa.
“Vamos fazer um Mutirão global para nos libertarmos dos combustíveis fósseis”, disse Carsten Schneider, Ministro do Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha.
O secretário de Estado para Segurança Energética e Net Zero do Reino Unido, Ed Miliband, também reforçou que a coalizão reunida no Mutirão expressa um alinhamento raro entre países do Norte e do Sul globais e que o Sul, especialmente, tem insistido que o tema não pode mais ser ignorado.
Ele afirmou que, o momento político é favorável e que a COP30 tem a chance de avançar a transição para longe dos combustíveis fósseis, retomando o impulso deixado pela COP28.











































