BARATAS VIVEM DIAS SEM CABEÇA
A expressão “não percas a cabeça” ganha um significado literal e algo desconcertante, quando falamos de baratas. Apontadas por muitos como o insecto mais repulsivo da fauna urbana, estes sobreviventes de seis patas conseguem, espantosamente, viver durante dias sem cabeça.
A resistência destes insectos é quase mitológica. Conseguem sobreviver semanas sem água, longos períodos sem alimento e não se afogam com facilidade. Mas entre todos os seus super-poderes biológicos, nenhum causa tanto espanto como o facto de permanecerem vivas mesmo depois de decapitadas.
Ao contrário dos humanos, cujo sistema circulatório depende de uma pressão constante para manter o sangue a fluir por uma vasta rede de artérias e capilares, o corpo da barata é menos exigente. O seu sistema vascular é simples, com baixa pressão interna, e não possui capilares.
“Depois de cortar a cabeça da barata, o pescoço fecha-se por coagulação”, explica o fisiologista e bioquímico Joseph G. Kunkel, estudioso do metabolismo destes insectos.
Outro dado curioso: o cérebro da barata não está concentrado apenas na cabeça. O seu sistema nervoso distribui-se em gânglios ao longo do corpo, o que permite que continue a mover-se e reagir a estímulos mesmo decapitada.
Além disso, as baratas respiram por estruturas chamadas espiráculos, pequenos orifícios distribuídos ao longo do corpo, permitindo-lhes manter a respiração mesmo sem a cabeça.
Com todos estes factores combinados, não é um exagero dizer que uma barata pode sobreviver vários dias ou até semanas sem cabeça, acabando por morrer não por trauma cerebral, mas por desidratação, já que sem boca, não pode beber água.
Resistente, quase imortal... e ainda nos assombra quando se passeia pela cozinha às três da manhã. Se há vida depois da cabeça, a barata é prova disso.
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