AFAS PROPÕE SOLUÇÕES AMBIENTAIS COM IMPACTO NACIONAL

A Academia de Ambiente e Sustentabilidade (AAS) lançou esta quarta-feira, 9 de Julho,  o Fórum de Ambiente e Sustentabilidade (AFAS), uma iniciativa que visa impulsionar práticas sustentáveis e promover um diálogo entre os sectores público e privado sobre os desafios ambientais que o país enfrenta.

AFAS PROPÕE SOLUÇÕES AMBIENTAIS COM IMPACTO NACIONAL

Durante o acto de lançamento, a fundadora da AAS e coordenadora do projecto AFAS, Beatriz Neto Silva, afirmou que o fórum nasce com o propósito de estimular uma Angola mais sustentável e resiliente, assumindo como missão o debate e a proposição de soluções com impacto real no território nacional.

“É urgente trabalharmos com as empresas e com o Ministério do Ambiente, no sentido de encontrar um ponto de encontro entre o sector governamental e o empresarial”, declarou Beatriz Silva.

Sob o lema “A voz das empresas, o compromisso de um país”, a primeira edição do Fórum contou com a presença de estudantes, especialistas e representantes da sociedade civil, reflectindo a aposta numa abordagem participativa e inclusiva.

A coordenadora do AFAS assegurou que a iniciativa visa também estimular a responsabilidade ambiental corporativa, defendendo a criação de políticas públicas fundamentadas em evidências e que envolvam activamente os diversos actores sociais.

Arquitectura ecológica e uso eficiente da energia Arquitectura ecológica e uso eficiente da energia

A Secretária Geral da Academia de Ambiente e Sustentabilidade, Vanessa Monteiro, defendeu a adopção de diferentes formas de utilização da energia, sublinhando que a arquitectura ecológica e sustentável deve ser pensada como um modelo de redução de consumo de energia e água.

“Infelizmente em Angola não temos arquitetura ecológica e sustentável, mas, em volta do mundo fala-se, muito sobre este modelo”, lamentou.

Vanessa Monteiro apontou o uso de painéis solares como solução viável para a redução do consumo energético, sublinhando que a sustentabilidade começa no planeamento urbano e nas escolhas arquitectónicas.

Educação ambiental e classificação do lixo

Beatriz Silva chamou ainda a atenção para a falta de cultura de classificação do lixo no país. Segundo a ambientalista, a maioria dos cidadãos ainda mistura resíduos por falta de conhecimento, mesmo em contextos onde existe maior sensibilização.

“Hoje juntamos todos os lixos, por desconhecimento. Mesmo nós, ambientalistas, vemos nas nossas casas os trabalhadores sem domínio da separação de resíduos”, explicou.

A especialista destacou também a ausência de ecopontos nas principais artérias da cidade e supermercados, contentores destinados à recolha de lixo electrónico e materiais recicláveis,  como uma lacuna estrutural que o país precisa suprir.

Formação e turismo ecológico

Segundo a coordenadora, o AFAS vai realizar formações específicas em arquitectura ecológica, governança ambiental, turismo ecológico e sustentabilidade, apostando na capacitação como via para o desenvolvimento sustentável.

“Antigamente, as pessoas tinham de sair do país para obter formação. Hoje, já existem oportunidades cá dentro”, realçou Beatriz Silva, que reforçou que o objectivo da academia não é o lucro, mas sim o impacto nas pessoas.

“O lucro, se existir, será o resultado do que inventarmos juntos”, acresceu.

A academia pretende colmatar essa realidade através da formação anual e gratuita de professores e gestores, com vista a expandir o conhecimento ambiental por todo o país.

 “Formar e educar para urbanizar” é o lema que guia a actuação da AAS, declarou.

Segundo a especialista, a Academia de Ambiente e Sustentabilidade dedica-se à formação de professores e gestores, com o objectivo de levar conhecimento ambiental a vários pontos do país. As formações, segundo garantiu, terão carácter anual e serão totalmente gratuitas.

A academia conta já com diversos parceiros institucionais e empresariais, e há, segundo Beatriz Silva, outras empresas interessadas em apoiar o projecto.

“Formar e educar para urbanizar,  este é o nosso principal foco”, esclareceu a coordenadora do Angola Fórum de Ambiente e Sustentabilidade (AFAS).

Nesse sentido, a academia irá promover formações específicas em áreas como turismo ecológico, arquitectura sustentável, governança ambiental e sustentabilidade, com a ambição de disseminar conhecimento técnico e prático a nível nacional.

“Há uma necessidade urgente de apostar na formação em Angola. Durante muitos anos, as pessoas foram obrigadas a sair do país para se especializar. Hoje, felizmente, já existem oportunidades cá dentro”, afirmou Beatriz Silva.