"NATAL NEGRO": MERCADO COM FRACA ADERÊNCIA EM PLENA QUADRA FESTIVA

Os comerciantes consideraram pessíma a preparação da quadra festiva e apontaram fracasso na venda de alimentos em plena época natalícia, alegando tempos dificeis economicamente.

"NATAL NEGRO": MERCADO COM FRACA ADERÊNCIA EM PLENA QUADRA FESTIVA
imagem: DR/Ponto de Situação
"NATAL NEGRO": MERCADO COM FRACA ADERÊNCIA EM PLENA QUADRA FESTIVA

Manhã de terça-feira, 10 de Dezembro, o relógio marcava 09h00, quando a equipa do portal Ponto de Situação, chegou ao mercado do 1º De Agosto (Catinton), no município da Maianga, para saber quais os alimentos mais comercializados nesta quadra festiva.

Já no local, fomos surpreendidos pelos nossos entrevistados que repetidas vezes diziam que o movimento está muito fraco e que nos anos anteriores a situação era melhor.

Após ser questionada sobre os alimentos mais comercializados nesta quadra festiva, Márcia respondeu: “Na verdade neste Natal, nós não estamos a vender quase nada, olha, desde manhã não vendemos nada, era anteriormente, que se fazia sentir o natal, actualmente, não faz sentido, nem 1kg de muamba vendi até o momento”. Exclamou a vendedeira.

Durante a nossa ronda no interior do mercado, ouvimos relatos de várias cidadãs que comercializam produtos da cesta básica há mais de 10 anos, no conhecido mercado do Catinton.

“O Natal para nós que vendemos aqui há vários está péssimo, nunca vimos isso, desde às 07h00 que não vendi nada, a situação está difícil. Noutras épocas o natal era diferente” descreveu a comerciante de batata rena Renata Santos.

O balde de batata-rena está a ser vendido por 5.000 kwanzas, enquanto o cesto de batata custa 20.000 kwanzas. O preço da banana varia entre 1.000 e 5.000 kwanzas, e o quilo de fumbua está a ser comercializado a 1.000 kwanzas.

Quanto aos ingredientes do bolo que tem sido indispensável no Natal, a fonte negou falar, e questionou: “Caso eu fale, vão comprar ou vai mudar alguma coisa’’, disse ela visivelmente triste pela falta de clientes.

O Ponto de Situação também ouviu a anciã Matondo, de aproximadamente 60 anos, que vende muamba, fumbua, e bagre fumado, desde 2022 no referido mercado. No decorrer da entrevista a vendedeira assegurou que dos alimentos mais solicitados neste mês também estão incluídos a fumbua, o bagre fumado, o peixe corvina, o leite, o feijão, a batata rena e doce, mas, pontuou que na presente época natalícia regista-se pouca aderência.

O mercado registava o movimento calmo, devido a fraca clientela, nas primeiras horas do dia. Porém, o jovem de 16 anos identificado por João, proveniente do Huambo, mais propriamente do município da Tchicala Tcholowanga, residente na província de Luanda, há três anos, dedica-se a venda de sacos, afirmou que neste natal não há cliente. “Eu vendia saco de três mil por dia, mas, este mês está duro”.

A jovem Albertina Panzo que se dedica a comercialização de repolho há dois anos descreveu o natal como um mês abençoado, onde o repolho, a carne de vaca, o leite, feijão, couve, carne de vaca, tem tido bastante aderência.

A mesma, fez ainda uma comparação com os anos anteriores, “neste mês não temos clientes, antes vendíamos bastante, agora está tudo parado”.

Mais de dez vendedores foram ouvidos pelo Ponto de Situação, onde as opiniões apresentadas apontavam para a fraca aderência dos clientes. Eles caracterizaram o presente natal como “Negro” devido ao número reduzido de clientes.

O mês de Dezembro é também, para alguns o mês da família, onde vários comerciantes aproveitam lucrar, entretanto, para essa quadra festiva, a realidade é completamente diferente, a falta de cliente tornou-se uma dor de cabeça para quem comercializa alimentos no mercado do catinton.

Os comerciantes, acreditam que os próximos dias serão melhores, e que haverá mais clientes, pois muitos deles disseram que é a partir dos dias 20 em diante que os clientes começam a aparecer para fazerem as suas compras.

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