CRÓNICA DE FÉ, LUTA E RESILIÊNCIA

Já parou para pensar como é que algumas almas chegam ao topo? Acha que foi tão fácil, um salto ligeiro até ao pódio? Sabe quantas vezes tropeçaram no escuro, quantas portas se fecharam antes da primeira janela se entreabrir?

Há quem coleccione medalhas. Outros, cicatrizes, mas mesmo as feridas rasgadas pela vida, há almas que insistem em levantar-se, insistem, avançam e superam.

Qual é o segredo?
Não é um truque mágico, nem um atalho iluminado, é uma chave forjada no fogo da luta e baptizada no nome da fé.

Digo, com o coração aberto: quanto mais o mundo gira, mais esta verdade se acende como farol, actual e urgente.

Leitor amigo, leitora companheira, há vidas a gritar por dentro, mas a tua dor também importa. O teu vazio também conta.

O que fazer quando tudo parece desabar?

Não baixar os braços, nem que tremam.

Não entregar a alma ao desânimo, nem que doa respirar, porque até a mais longa tempestade tem hora de partida.

Há tempo para tudo, para sorrir e soluçar, para cair e reaprender a andar,
para perder-se... e reencontrar-se com um novo mapa.

E Deus?
Ah, Deus não desaparece.
Não é mágico, é pai de silêncio firme e braços abertos.
Espera. Observa. Acredita em ti, que o rumo poderá ser diferente.

Mas atenção:

O  cume da montanha não aceita passageiros sentados, por isso, é preciso caminhar.

Mesmo com os pés feridos, mesmo com o coração cansado, é preciso caminhar...

Às vezes, na pressa, viramos-Lhe as costas.

Reclamamos da demora do milagre, mas Ele continua lá, na curva do tempo, à espera que voltemos com o coração em chamas.

Por isso digo-te e digo a mim também:

Vamos lutar, com fé, com foco, com ferramentas afiadas no suor da persistência, porque a oportunidade não floresce no terreno da preguiça e se não souber ainda como? Aprende:

Treina, corrige a bússola, mas segue, sempre rumo ao foco...!

Eu creio, com os dois pés no chão e os olhos no céu , que o riso há-de nascer no tempo certo e aqueles que hoje nos empurram para o fundo do poço,
hão-de assistir, de camarote, à nossa subida.

Nada dura para sempre, nem a queda, nem a miséria, nem a madrugada sem estrelas e os sonhos, mesmo que andem descalços e atrasados, hão-de chegar no tempo exacto, o tempo em que floresce quem não desistiu de semear.

Com tropeços? Claro.

Com feridas? Sim.

Mas com a certeza de que lutar vale a pena.

Por isso, ouve esta palavra que vem do fundo da alma:
É só uma questão de tempo.

Se ainda não aconteceu, não te rendas, não te apagues, não te entregues à desistência.

Levanta-te.
Ora.
Luta.
Faz a tua parte e confia, porque o futuro pode atrasar o voo… mas há-de pousar onde mora quem nunca desistiu de sonhar.

 LEIA MAIS TAMBÉM: ÁFRICA QUE ESPERO DEIXAR