O SONHO DO JOVEM LUSO-ANGOLANO QUE SE RECUSA A SER PALANCA NEGRA

Florentino Luís, médio defensivo do Sport Lisboa e Benfica, nasceu em Benguela mas sonha vestir a camisola da selecção portuguesa. Apesar dos convites sucessivos para representar Angola, mantém-se fiel à esperança de ser opção para Roberto Martínez.

O SONHO DO JOVEM LUSO-ANGOLANO QUE SE RECUSA A SER PALANCA NEGRA
O SONHO DO JOVEM LUSO-ANGOLANO QUE SE RECUSA A SER PALANCA NEGRA

Já passou pelas selecções jovens de Portugal, mas continua fora das escolhas da equipa principal e aqui surge a encruzilhada: a carreira de futebolista é curta, demasiado curta, e as decisões não podem ser adiadas.

Florentino, sonhar alto é essencial, mas o sonho precisa de raízes. Escuta o teu coração, valoriza os conselhos dos que te amam e lembra-te: cada escolha definirá o destino que te aguarda.

Qualquer decisão trará aplausos e críticas, mas é sob a pressão do momento que se forjam as grandes histórias.

Se me fosse pedido um conselho, dir-te-ia: vem jogar pelo teu país de origem. Em Angola, encontrarás espaço para ser protagonista, eventualmente um herói e uma inspiração. Se a oportunidade falhar, ficará o peso do arrependimento, mas se brilhares, serás uma estrela.

Ainda assim, toda escolha é legítima. Representar uma selecção não é uma obrigação, é um acto de amor.

Daqui a cinco ou dez anos, olharás para trás e dirás se foi Portugal ou Angola que te deu a glória.

Sempre aplaudirei os jogadores que aceitam carregar a nossa bandeira, nos bons ou maus momentos. Eles são os verdadeiros heróis, porque jogam com alma, mesmo em condições adversas.

Florentino, lembra-te apenas disto: em Portugal talvez não tenhas o espaço que terias em Angola. O tempo trará a resposta e quando esse tempo chegar, que não seja o arrependimento a falar mais alto, mas sim o orgulho de ter seguido o caminho onde a tua alma se sentiu em casa.

No fim, tudo está nas tuas mãos e seja qual for a tua escolha, que brilhes,  porque a grandeza não está apenas na camisola que vestes, mas no coração que a sustenta.

LEIA TAMBÉM: A FORÇA INVISÍVEL DE UM PROFISSIONAL EXEMPLAR E RARO CHAMADO KADÚ