OS HERÓIS DO MEU TEMPO
Vivemos num tempo em que a palavra “herói” parece ter perdido o brilho, como uma estrela que se esconde atrás das nuvens do esquecimento.
Leal Mundunde
O barulho do mundo distrai-nos da essência e faz-nos crer que heróis são apenas personagens de filmes, de capa esvoaçante e poderes sobrenaturais, mas eu parei, parei para pensar, para sentir, para procurar os verdadeiros heróis que habitam o meu tempo e descobri que eles estão por toda a parte.
Um herói, na sua essência mais pura, é aquele que se levanta quando seria mais fácil desistir, é o ser humano que carrega no peito o sentimento do humanismo e insiste em ser luz mesmo quando o mundo se cobre de sombras.
Christopher Reeve, o eterno Super-Homem, disse: “Um herói é um indivíduo comum que encontra a força para perseverar e resistir apesar dos obstáculos devastadores.” E ele tinha razão, pois, é desta forma como devemos encarar esta realidade.
Olho para o nosso contexto e encontro heróis anónimos, silenciosos, mas que movem montanhas todos os dias. São eles que fazem o progresso andar, que carregam no peito o peso e o sonho de uma sociedade mais justa, fraterna e livre.
O herói do meu tempo é o pai que trabalha sol a sol, é a mãe que ampara, ensina e guia até que o filho esteja pronto para voar. É o professor que, com giz e paciência, transforma pequenos corações em cidadãos inteiros.
O herói do meu tempo é o profissional de saúde que salva vidas mesmo quando o corpo lhe pede descanso, é o militar que vigia a fronteira, o polícia que mantém a ordem, o jornalista que procura a verdade, o economista que organiza os números, o comerciante que vende sem explorar; é o motorista que respeita o código de estrada, o agricultor que semeia esperança, o soba que vela pelo futuro da sua comunidade.
Os heróis do meu tempo são os que servem e não os que se servem. São os líderes que lideram pelo exemplo e não pelo medo; são os que sabem elogiar em vida, que reconhecem o valor do outro sem inveja, que não espalham armadilhas no caminho de ninguém.
Por fim, os heróis do meu tempo são aqueles que vivem no musseque ou na cidade alta, no campo ou na metrópole, que andam de fato e gravata ou descalços, mas que partilham o mesmo traço em comum: vivem movidos pelo amor, têm sede de justiça e fome de paz.
Os heróis do meu tempo, eles estão no ar, na terra e no mar; eles não usam capa nem voam sobre cidades, mas todos os dias seguram o mundo com as mãos e provam que a esperança ainda é possível. Eles, não precisam de aplausos, mas merecem todos, porque são eles que nos recordam que ainda vale a pena acreditar no ser humano e que, enquanto houver um herói de pé, a esperança nunca cairá.
