TANQUES DE ISRAEL PROSSEGUEM POR NOVA ÁREA NO CENTRO DA FAIXA DE GAZA

As forças israelitas intensificaram a ofensiva terrestre no centro da Faixa de Gaza, com tanques a progredirem por novas zonas do território, enquanto a crise humanitária atinge níveis alarmantes.

TANQUES DE ISRAEL PROSSEGUEM POR NOVA ÁREA NO CENTRO DA FAIXA DE GAZA
Tanques de Israel por nova área no centro da faixa de Gaza

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, 93 palestinianos foram mortos e cerca de 150 ficaram feridos, muitos deles em estado grave, após disparos ocorridos em pontos de distribuição de ajuda humanitária. As mortes terão ocorrido maioritariamente no norte da Faixa de Gaza, embora os confrontos se estendam por várias regiões.

Este domingo, 20 de Julho, horas antes, a Defesa Civil de Gaza já reportava 32 mortos e mais de 100 feridos, número que viria a agravar-se rapidamente. De acordo com o porta-voz Mahmoud Basal, os disparos israelitas atingiram dois centros de ajuda geridos pela Fundação Humanitária de Gaza, organização que conta com o apoio dos Estados Unidos e de Israel e que se encontra activa no local há alguns meses.

Em resposta, o exército israelita declarou, em nota oficial, que “indivíduos suspeitos” foram avistados a aproximarem-se de soldados na região de Rafah, junto a um dos centros de distribuição. Os militares alegam que os civis não terão acatado os avisos para recuar, levando os soldados a efectuar tiros de advertência.

Fome e desnutrição agravam-se

A situação humanitária na Faixa de Gaza continua a deteriorar-se. O porta-voz Mahmoud Basal sublinhou que a fome já se transformou num cenário quotidiano para milhares de civis, com crianças, doentes e mulheres lactantes entre os mais afectados.

“Estamos a atravessar um estádio avançado de fome. Pessoalmente, não como nada desde ontem e sobrevivo apenas com água, como milhares de outros cidadãos”, desabafou Basal.

De acordo com a autoridade de saúde local, o número de crianças mortas por desnutrição já chegou às 70 vítimas, um dado que evidencia a dimensão trágica da crise. O Hamas classificou a situação como “um crime deliberado contra a humanidade”, acusando Israel de impor, de forma sistemática, um bloqueio letal ao território.

A comunidade internacional continua a apelar à entrada segura e contínua de ajuda humanitária, mas os combates e os bombardeamentos não cessam. Com as operações militares a alastrarem para o centro da Faixa, teme-se que o número de vítimas civis continue a subir nos próximos dias.

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