EM MEMÓRIA DE NANDÓ: GOVERNO CANCELA ESPECTÁCULOS E MANIFESTAÇÕES PÚBLICAS NO DIA DO FUNERAL
O Presidente da República, João Lourenço, decretou um dia de Luto Nacional em memória de Fernando da Piedade Dias dos Santos, “Nandó”, antigo Vice-Presidente da República de Angola, determinando o cancelamento de espectáculos e manifestações públicas no dia do funeral.
A medida, constante do Decreto Presidencial divulgado a 19 de Dezembro, entra em vigor às 00h00 da próxima segunda-feira.
Sem que sejam ainda conhecidas, com precisão, as causas da morte do antigo dirigente, ocorrida a 18 do corrente mês, após ter sido encontrado sem sinais vitais na sua residência, o documento sublinha que o período de luto será observado em todo o território nacional, “tendo em conta a elevada relevância histórica e institucional do seu percurso público e o alto contributo prestado ao Estado angolano, em funções de particular responsabilidade”.
O Decreto Presidencial prevê, para segunda-feira, 22 de Dezembro, a colocação da Bandeira Nacional a meia-haste e o cancelamento de todos os espectáculos e manifestações públicas em todo o país, bem como nas missões diplomáticas e consulares de Angola.
Fernando da Piedade Dias dos Santos, “Nandó”, foi advogado, comandante policial e político angolano. Exerceu o cargo de Primeiro-Ministro de Angola entre 2002 e 2006. Em 2008, foi eleito Presidente da Assembleia Nacional, função que interrompeu em 2010 para assumir a Vice-Presidência da República. Voltou a presidir à Assembleia Nacional em 2012 e 2017.
Filho de imigrantes de São Tomé e Príncipe, licenciou-se em Direito, em 2009, pela Universidade Agostinho Neto.
Ingressou no Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) em 1971, tornando-se combatente das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA). Após a independência de Angola, em 1975, iniciou a sua carreira no Corpo de Polícia do Povo Angolano, onde ascendeu a chefe de departamento em 1978.
Foi nomeado Comandante-Geral da Polícia Nacional em 1982, cargo que exerceu até 1985. Durante este período, foi igualmente dirigente do Grupo Desportivo Interclube.
Em 1986, foi eleito para cargos de confiança no MPLA e recebeu a patente de coronel das Forças Armadas. No ano seguinte, tornou-se membro da Assembleia do Povo.
Desempenhou as funções de Vice-Ministro do Interior, acumulando o cargo com o de chefe dos Serviços de Informação (SINFO). Entre 1999 e 2002, exerceu o cargo de Ministro do Interior.
Em Novembro de 2002, foi nomeado Primeiro-Ministro, assumindo funções a 6 de Dezembro do mesmo ano, num contexto de vazio constitucional resultante da instabilidade política e social que o país atravessava.
Com a entrada em vigor da nova Lei Constitucional, a 5 de Fevereiro de 2010, o cargo de Primeiro-Ministro foi extinto, sendo criado o de Vice-Presidente da República, função que passou a exercer.
Em 2012, após a vitória do MPLA nas eleições gerais, foi substituído na Vice-Presidência por Manuel Domingos Vicente, regressando ao cargo de Presidente da Assembleia Nacional, que exerceu entre 2012 e 2022.





































