CIDADÃOS AGASTADOS COM TAXISTAS QUE EFECTUAM ROTAS CURTAS

Populares em Luanda mostram-se revoltados com a postura de vários taxistas que, após o recente ajuste da tarifa da corrida do serviço de táxi, passaram a encurtar deliberadamente as rotas, causando transtornos à mobilidade urbana.

CIDADÃOS AGASTADOS COM TAXISTAS QUE EFECTUAM ROTAS CURTAS
Os jovens em Luanda estão triste com taxistas que fazem rotas curtas

Na manhã desta terça-feira, 15 de Julho, registaram-se dificuldades no acesso aos táxis em várias paragens da cidade capital, especialmente nas zonas do Sanatório, Vila da Gamek, Rocha-Padaria e Aeroporto.

De acordo com depoimentos recolhidos pelo Portal Ponto de Situação, muitos cidadãos viram-se obrigados a percorrer longas distâncias a pé, como no caso do trajecto entre o Sanatório e a Vila da Gamek, devido à recusa dos taxistas em cumprir o percurso completo.

Lourenço Adão João Zua Comba, cobrador há mais de uma década, criticou a atitude dos motoristas.

“Não há necessidade de encurtar as rotas, porque até já cobram 300 kwanzas”, lamentou.

O jovem de 37 anos reconhece que, após o aumento da tarifa, muitos profissionais do volante passaram a operar em rotas reduzidas, alegadamente para maximizar lucros.

“Alguns fazem apenas Rocha–Padaria, outros ficam pelo Aeroporto. A rota completa devia ser Aeroporto–Rocha, e não apenas um troço”, criticou.

Erickson Rodrigues, estudante e utente habitual da rota Vila da Gamek e Rocha-Padaria, diz que a situação se agravou desde o aumento do preço da corrida, nos últimos dias.

“Já que subiram o táxi, o ideal era evitar linhas curtas”, sugeriu, apelando à intervenção das autoridades competentes.

O estudante expressa ainda preocupação com o impacto da medida na vida das famílias com rendimentos modestos.

“Há quem ganhe 30 ou 50 mil kwanzas por mês. Como é que essas pessoas vão gerir o dia-a-dia com o custo diário do táxi a subir?”, questiona.

No seu quotidiano, Erickson diz observar um número crescente de jovens a fazerem longos percursos a pé por falta de condições financeiras para suportar as novas tarifas, agravadas agora pelo encurtamento das rotas.

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