EXECUTADO “ASSASSINO DO TWITTER” APÓS NOVE HOMICÍDIOS

O Supremo Tribunal de Tóquio executou, na sexta-feira, 27 de Junho, Takahiro Shiraishi, cidadão japonês de 34 anos, conhecido como o “assassino do Twitter”, após ter sido condenado pelo homicídio de nove pessoas, isto é, oito mulheres e um homem, na cidade de Zama, no Japão.

EXECUTADO “ASSASSINO DO TWITTER” APÓS NOVE HOMICÍDIOS

A execução marca a primeira aplicação da pena de morte no Japão desde Julho de 2022. Shiraishi foi enforcado na Casa de Detenção de Tóquio, conforme noticiado pela emissora pública NHK.

De acordo com os meios de comunicação japoneses, o caso remonta a 2017, quando a polícia descobriu, no seu apartamento, três caixas frigoríficas e cinco contentores contendo cabeças e ossos humanos com a carne raspada. A descoberta deu-se durante uma investigação ao desaparecimento de uma jovem de 23 anos que, nas redes sociais, havia manifestado pensamentos suicidas.

Shiraishi usava o Twitter (actualmente X) para contactar jovens vulneráveis que anunciavam intenções suicidas. Através da rede, convencia as vítimas a encontrarem-se consigo, prometendo ajudá-las a morrer. No entanto, segundo relatos da NHK e da TV Asahi, acabava por as assassinar e desmembrar.

As vítimas tinham idades compreendidas entre os 15 e os 26 anos. Em tribunal, Shiraishi declarou-se culpado, afirmando ter cometido os crimes por gratificação sexual. Em Dezembro de 2020, foi condenado à morte por homicídio, violação e ocultação de cadáveres.

O seu advogado apresentou recurso, alegando que os crimes tinham sido cometidos com consentimento das vítimas. No entanto, o recurso foi posteriormente retirado, e a sentença tornou-se definitiva.

“Este caso, motivado por razões egoístas, como a satisfação sexual e o ganho financeiro, resultou na morte de nove pessoas num espaço de dois meses. Foi um incidente profundamente grave que causou choque e ansiedade em toda a sociedade japonesa”, declarou o ministro da Justiça, Keisuke Suzuki, durante uma conferência de imprensa no dia da execução.

Apesar da decisão judicial, a pena de morte continua a suscitar debate no país. O pai de uma das vítimas disse à imprensa.

“Preferia que ele passasse o resto da vida a reflectir sobre os crimes que cometeu, em vez de simplesmente morrer pela pena de morte”.

No Japão, as execuções são realizadas por enforcamento e mantidas sob forte secretismo. As autoridades apenas tornam públicas as execuções após estas ocorrerem, e os familiares das vítimas ou os advogados de defesa são informados posteriormente.

Segundo a legislação japonesa, a decisão de executar é tomada após um processo judicial rigoroso.

 “A sentença de morte foi proferida após uma análise cuidadosa de todos os factores. Emiti a ordem de execução em conformidade”, concluiu o ministro Suzuki.