BISPOS APELAM AO RECONHECIMENTO DOS PAIS DA INDEPENDÊNCIA NACIONAL
No quadro das comemorações dos 50 anos da Independência, os bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) defendem a necessidade urgente de se reconhecer Holden Roberto, Agostinho Neto e Jonas Savimbi, num gesto que caracterizam como o caminho para à verdadeira reconciliação nacional.
Os prelados católicos consideram que nenhum dos protagonistas históricos da luta de libertação deve ser excluído, numa altura em que o país comemora meio século desde o alcance da independência em 1975.
"Parece-nos necessário parece-nos necessário que os infelizes conflitos fundacionais da história de Angola independente deixem de ser irritantes, mas considerados como tais, sem apelo nem agravo", sublinharam os prelados católicos.
Reconciliação e responsabilidade histórica
A CEAST reafirma o compromisso de continuar a promover a reconciliação entre os povos de Angola e Portugal, realçando que ambos devem ser considerados irmãos históricos, e que as suas relações devem assentar em critérios de amizade, justiça e equidade.
"Para o bom andamento de qualquer nação ou sociedade é fundamental a colaboração responsável de todos os seus filhos", advertem os bispos, numa mensagem clara dirigida aos diversos sectores da sociedade civil e política.
Chamamento à responsabilidade dos quadros angolanos
Perante os desafios do futuro e a esperança de um país mais justo e coeso, os bispos exortam os quadros nacionais a colocarem o saber ao serviço da Pátria, ultrapassando interesses pessoais ou partidários.
A mensagem pastoral sublinha ainda a importância da educação das novas gerações, assente em valores sociais, culturais, éticos e cristãos, para que a juventude compreenda que é o presente com o futuro da Nação.
Na nota pastoral de 17 de Julho deste ano, a CEAST, reafirma que Angola só será verdadeiramente livre e reconciliada quando tiver a coragem de olhar para o seu passado sem medo, reconhecendo os seus construtores, os seus erros e os seus heróis.