ENERGIA NO CAPALANCA: PREÇOS SOBEM E MORADORES REVOLTAM-SE
Os moradores do bairro Capalanca, no município dos Mulenvos, em Luanda, manifestam descontentamento com a empresa privada que fornece energia eléctrica naquela zona, devido às constantes subidas do preço do serviço.

Marcelino Capingala, residente nos arredores do Instituto Piaget, contou que a empresa Eletrotchia aumentou o preço da energia duas vezes em menos de seis meses e sem aviso prévio.
“De princípio pagávamos 5.500 kwanzas. Depois, passou para 6.500 kwanzas e, em menos de dois meses, subiu novamente para 9.500, sem qualquer justificação”, lamentou.
Segundo os moradores, o bairro não dispõe de ligação à rede pública, estando todos dependentes do Posto de Transformação (PT) privado.
Após várias reclamações, a empresa enviou um comunicado à comissão de moradores, solicitando uma reunião para tratar do assunto. O encontro estava inicialmente marcado para 17 de Setembro, mas não se realizou por motivos não esclarecidos.
De acordo com os denunciantes, um representante da empresa deixou posteriormente uma carta debaixo da porta da comissão de moradores, alterando a data da reunião para dia 19. A nova data foi contestada pelos habitantes, que consideram ter sido marcada para um dia útil de propósito, dificultando a participação da maioria.
“Acredito que marcaram para sexta-feira de propósito, por saberem que é um dia normal de trabalho e as pessoas não teriam tempo de lá estar”, disse Marcelino Capingala.
Sem respostas, os moradores dirigiram-se às instalações da empresa para exigir explicações. Contudo, os esforços não surtiram o efeito desejado e os ânimos exaltaram-se, obrigando à intervenção da Polícia Nacional para repor a ordem.
No sábado, 20 de Setembro, os moradores voltaram a reunir-se para reivindicar os seus direitos, mas, segundo relatam, o encontro terminou sem qualquer solução concreta apresentada pela empresa.
“Não podemos continuar a pagar 9.500 kwanzas por energia. Se não baixarem o preço, então que retirem o PT. Preferimos ficar sem energia eléctrica e esperar pela rede pública”, afirmaram.
Contactada pela nossa equipa de reportagem, na mesma data, a sede da empresa recusou prestar declarações, alegando que apenas o superior hierárquico poderia comentar o assunto, encontrando-se este ausente.