FUNDADOR DO TELEGRAM APRESENTA PLANO DE DIVISÃO DA HERANÇA ENTRE MAIS DE 100 FILHOS
O fundador da aplicação de mensagens Telegram, Pavel Durov, revelou que os mais de 100 filhos que terá gerado irão partilhar a sua fortuna, avaliada em 13,9 mil milhões de dólares, qualquer coisa como 76 mil milhões de reais.
“São todos meus filhos e todos terão os mesmos direitos! Não quero que se afastem após a minha morte”, declarou Durov à revista política francesa Le Point.
O magnata russo, actualmente autoexilado, explicou ser “oficialmente pai” de seis crianças, fruto de três relações diferentes. Contudo, a clínica onde começou a doar esperma há cerca de quinze anos, para ajudar um amigo, informou-o de que mais de cem bebés foram concebidos a partir das suas amostras, espalhados por doze países.
Apesar do gesto aparentemente generoso, Durov sublinhou que os filhos não terão acesso à herança durante três décadas.
“Quero que vivam como pessoas normais, que se desenvolvam por si mesmos, aprendam a confiar nas próprias capacidades, que criem, e não dependam de uma conta bancária”, afirmou.
Aos 40 anos, o empresário confessou já ter redigido o testamento. “O meu trabalho envolve riscos. Defender liberdades cria inimigos poderosos, inclusive em alguns Estados”.
O Telegram, fundado em 2013, é hoje conhecido pela sua ênfase na privacidade e nas mensagens encriptadas, e conta com mais de mil milhões de utilizadores activos por mês. Natural da Rússia, Durov reside actualmente no Dubai onde a sede da aplicação está localizada e possui dupla nacionalidade: francesa e dos Emirados Árabes Unidos.
Antes de lançar o Telegram, Durov fundara a rede social russa VKontakte, da qual acabou afastado em 2014, após recusar pedidos do Kremlin para censurar conteúdos na plataforma.
Apesar do sucesso, o Telegram tem estado sob escrutínio por facilitar a circulação de desinformação e abrigar conteúdos de teor extremista. Permite a criação de grupos com até 200 mil membros, o que, segundo críticos, favorece a disseminação de teorias da conspiração, propaganda neonazi, pornografia infantil e até material relacionado com terrorismo.
No Reino Unido, o serviço enfrentou críticas por acolher canais da extrema-direita radical, alegadamente envolvidos na organização de ataques racistas a mesquitas em cidades inglesas, em Agosto de 2024.
Embora tenha removido alguns destes grupos, o sistema de moderação do Telegram continua, segundo especialistas em cibersegurança, bastante mais permissivo do que o de outras redes sociais e plataformas de mensagens.