CALOR DA TERRA DIVIDE ÁFRICA E PODE GERAR NOVO OCEANO
Um fenómeno geológico raro, que normalmente é descrito em livros, a chamada Junção Tripla de Afar, na Etiópia, está a permitir a separação de placas tectônicas, actividade vulcânica, formação de vales e depressões e, cogita-se pelo surgimento de um novo oceano.
Nessa região geologicamente muito activa, três grandes fendas da crosta terrestre se encontram: o Rifte da África Oriental, o Rifte do Mar Vermelho e o Rifte do Golfo de Áden. Esses vales estreitos, compridos e profundos se formam com o afinamento da crosta terrestre pelo afastamento das placas tectônicas.
Um estudo publicado em junho de 2025 na revista científica Nature Geoscience, lançou novas luzes sobre o gigantesco processo de ruptura continental. Segundo os autores, uma única corrente principal de material quente (upwelling) alimenta os três riftes.
Essa origem única foi determinada pela repetição de assinaturas geoquímicas (combinações de elementos e isótopos) entre os riftes.
Quando os pesquisadores compararam amostras de mais de 130 vulcões jovens, perceberam a repetição de “matches” nos diferentes braços das zonas de fratura.
O mais surpreendente é que esse processo de variação de assinaturas não é contínuo nem uniforme, mas segue um padrão cíclico. Ou seja, cada “batimento” dessa actividade pode gerar novos surtos de vulcanismo e alterações na crosta, moldando o modo como o continente africano vai se fragmentando aos poucos.
LEIA TAMBÉM: FÁTIMA JARDIM AFIRMA QUE POVOS AUTÓCTONES DEVEM OCUPAR UM LUGAR CENTRAL NAS POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL